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Política Domingo, 23 de Novembro de 2025, 05:11 - A | A

Domingo, 23 de Novembro de 2025, 05h:11 - A | A

Crime Organizado

Sonegação no setor de combustíveis ameaça a economia formal e fortalece o crime organizado

Estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revela como fraudes e evasão fiscal financiam o crime organizado e prejudicam a concorrência

Da Redação

O mercado ilegal de combustíveis movimenta cifras bilionárias e tornou-se uma das principais fontes de financiamento do crime organizado.

 

Um levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) mostra que, em 2022, facções criminosas faturaram mais de R$ 61 bilhões com a venda irregular de combustíveis e lubrificantes — quase quatro vezes o tráfico de cocaína.

 

O dado integra o relatório “Follow the products — Rastreamento de produtos e enfrentamento ao crime organizado no Brasil”, divulgado em 2025. Segundo o estudo, o volume de combustível ilegal seria suficiente para abastecer toda a frota nacional por três semanas, considerando um tanque médio de 50 litros por veículo.

 

Por trás desses números há uma engrenagem sofisticada de sonegação, inadimplência premeditada, reiterada e deliberada e adulterações que drena recursos públicos, distorce a concorrência e fortalece o poder econômico das facções criminosas.

O CRIME DENTRO DO MERCADO LEGAL

De acordo com Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do FBSP e professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV Eaesp), o avanço do crime sobre mercados formais é um movimento calculado.

 

“O crime organizado usa setores legais, como o de combustíveis, para lavar o dinheiro obtido em atividades ilícitas — especialmente o proveniente do tráfico de drogas, do roubo de cargas e de outros crimes”, explica.

 

Essa operação ocorre nas brechas regulatórias e fiscais do Estado. “Setores como fintechs, apostas online, criptoativos e o próprio comércio de combustíveis e bebidas tornam-se canais de lavagem de dinheiro e geração de novas receitas.”

 

Lima destaca que o crime organizado já não vive apenas da venda de drogas. “Hoje, ele lucra também com o próprio processo de lavagem, transformando fraudes fiscais, sonegação e adulteração de produtos em parte essencial de seu modelo de negócio.”  

 

Por isso, defende, o combate à fraude fiscal é também uma estratégia de segurança pública, pois corta o fluxo financeiro que alimenta o crime.  

 

UMA AGENDA EM DEFESA DO PAÍS

 

O enfrentamento ao crime organizado passa, necessariamente, pelo bloqueio de suas fontes de financiamento.

 

Ao unir poder público, setor privado e instituições de controle em torno de uma mesma causa, o ICL reforça que combater a sonegação e a inadimplência deliberada é também proteger a economia e o consumidor.

 

“Estamos falando de bilhões de reais desviados de áreas essenciais como saúde, educação, saneamento e segurança pública.

 

É por isso que o combate à sonegação e à adulteração no setor de combustíveis é, também, uma pauta de segurança nacional”, afirma Emerson Kapaz.

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