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Política Sexta-feira, 18 de Julho de 2025, 18:54 - A | A

Sexta-feira, 18 de Julho de 2025, 18h:54 - A | A

Tarifaço corta empregos no agro e empobrece redutos bolsonaristas, mostra a CNI

O levantamento projeta que a guerra comercial deve resultar em uma eliminação de 110 mil postos de trabalho no Brasil

Da Redação

Um levantamento da Confederação Nacional da Indústria divulgado nesta quarta-feira 16 aponta que o tarifaço de Donald Trump deve resultar em uma eliminação de 110 mil postos de trabalho no Brasil, com impacto mais significativo na agropecuária.

Os dados indicam também que dos cinco estados que tendem a sofrer quedas mais expressivas em seus Produtos Internos Brutos, quatro são governados por bolsonaristas.

A CNI se baseia em fontes oficiais e estudos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, e da Universidade Federal de Minas Gerais.

Os números vêm a tona exatamente uma semana depois de Trump anunciar uma taxa de 50% sobre importações de produtos brasileiros. O levantamento estima que a guerra comercial diminuirá o PIB do Brasil em 0,16% (-19,2 bilhões de reais.

No recorte regional, os estados mais afetados em redução do PIB tendem a ser:

São Paulo, governado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), com -4,4 bilhões de reais;

Rio Grande do Sul, de Eduardo Leite (PSD), com -1,9 bilhão de reais;

Paraná, de Ratinho Junior (PSD), com -1,9 bilhão de reais;

Santa Catarina, de Jorginho Mello (PL), com -1,74 bilhão de reais; e

Minas Gerais, de Romeu Zema (Novo), com -1,66 bilhão de reais.

Dos cinco governadores, apenas Leite se afasta do bolsonarismo.

Outra consequência das taxas de Trump deve ser a perda de 110 mil postos de trabalho. As baixas tendem a ser mais expressivas na agropecuária (-40 mil postos), no comércio (-31 mil) e na indústria (-26 mil).

“Os números mostram que esta política é um perde-perde para todos, mas principalmente para os americanos”, avalia o presidente da CNI, Ricardo Alban. “É do interesse de todos avançar nas negociações e sensibilizar o governo americano da complementariedade das nossas relações. A racionalidade deve prevalecer.”

A Confederação enfatiza ainda que a tarifa de 50% é desproporcional: o Brasil aplicou uma taxa real média de 2,7% às importações de produtos dos Estados Unidos em 2023, de acordo com registros da Receita Federal.

Segundo a CNI, o conjunto de tarifas aplicadas pela Casa Branca a diversos parceiros comerciais, incluindo a China (30%), também terá efeitos negativos sobre a economia global e a norte-americana:

·        Queda de 0,12% no PIB global;

·        Queda de 0,37% no PIB dos EUA;

·        Queda de 0,16% nos PIBs do Brasil e da China; e

·        Retração de 2,1% no comércio mundial (-483 bilhões de dólares).

A nova tarifa deve entrar em vigor em 1º de agosto, conforme o anúncio do governo norte-americano. O governo brasileiro, porém, trabalha por canais diplomáticos para demover a Casa Branca desse plano.

Ao divulgar a taxa, Trump recorreu a meias-verdades: descontextualizou o processo contra Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal e alegou um suposto déficit na balança comercial com o Brasil.

A realidade, no entanto, contradiz o discurso do republicano. Em 2024, o Brasil importou mais dos Estados Unidos do que exportou, gerando um saldo positivo de 253 milhões de dólares para os norte-americanos. Dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior mostram que, desde 2009, o Brasil acumula déficits comerciais com os EUA que somam 90,2 bilhões de dólares até junho deste ano.

Revista Carta Capital

 

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