Morreu o ator Francisco Cuoco, aos 91 anos. A informação foi confirmada pela Globonews nesta quinta-feira (19/06). Ele deixa três filhos: Tatiana, Rodrigo e Diogo, além de netos.
Cuoco estava internado há cerca de 20 dias no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, período em que ficou sedado. Ele sofria complicações de saúde causadas pela idade e por um ferimento que infeccionou. A causa da morte não foi informada.
Francisco Cuoco nasceu em São Paulo, em 29 de novembro de 1933. Ele atuou no teatro, cinema e televisão. Na Globo, a estreia foi em 1970, interpretando o padre Vitor na novela Assim na Terra Como no Céu.
Já no ano de sua estreia na emissora, um fato curioso: o ator poderia ser visto, no mesmo horário, tanto na Globo quanto na TV Tupi, que comprara da Excelsior os direitos de exibição de "Sangue do Meu Sangue", novela de Vicente Sesso estrelada pelo ator em 1969.
Ídolo de muitos atores mais jovens, principalmente quando chegou à televisão, Cuoco sempre se preocupou em ajudá-los com a técnica. “É importante que o ator tenha uma percepção que eu chamo de inteligência cênica: o Francisco não faz determinadas coisas na vida real, mas seu personagem faz. Por que, às vezes, se você não tem experiência, faz uma coisa mecânica e sem alma. É importante que os personagens tenham vida própria… Eu prefiro que o personagem sufoque o Francisco”, disse em entrevista ao Memória Globo.
Selva de Pedra
Sua trajetória também foi marcada pela série de protagonistas que a novelista Janete Clair escreveu especialmente para ele. Um sucesso após o outro: o ambicioso Cristiano Vilhena, de Selva de Pedra (1972), noivo de Simone Marques (Regina Duarte), foi o primeiro deles. Para Cuoco, não existia uma fórmula para compor um personagem. É uma mistura de observação da realidade e criatividade. Isso ocorreu muito na construção da personalidade de Cristiano Vilhena.
Após interpretar o jornalista Alex, em O Semideus (1973), e o aviador garanhão Mário Barroso em Cuca Legal (1975), trama de Marcos Rey com direção de Oswaldo Loureiro, Cuoco foi convidado para fazer e o carismático taxista Carlão, em Pecado Capital (1975), de Janete Clair.