Três mandados de busca e apreensão foram cumpridos durante a segunda fase da Operação Rustius, da Polícia Federal, que investiga a arrecadação de verbas irregulares em campanha eleitoral na Prefeitura de Sorriso, a 420 km. Os mandados foram expedidos pela Justiça Eleitoral, nesta terça-feira (20/05).
De acordo com a PF, a movimentação financeira irregular teria ocorrido durante as eleições municipais de 2024.
Em nota, a Prefeitura de Sorriso informou que as investigações da Polícia Federal sobre suposto uso de “laranjas” para movimentar dinheiro de origem ilícita não têm base concreta. A defesa também destacou que o caso está sob sigilo e criticou os órgãos de investigação.
"É necessário pontuar que isso tudo não passa de especulação sem qualquer lastro probatório concreto, especialmente que envolva a participação dos candidatos eleitos. Há certo tempo que os órgãos de investigação vêm sustentando essa narrativa, sem apresentar elementos concretos de quanto, como e porque recursos ou gastos eleitorais foram empregados na campanha", diz trecho da nota.
As investigações apontaram que diversas transações financeiras ligadas à campanha foram feitas de forma ilegal. Segundo a polícia, a fraude teria sido usada para esconder gastos que, se fossem declarados na prestação de contas, ultrapassariam o limite permitido pela legislação eleitoral. Até o momento, 17 pessoas foram indiciadas pelo crime.
Segundo o juiz eleitoral de Garantias do Núcleo I, do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT), os mandados visam coletar novos elementos que auxiliem na investigação do crime.
Caixa dois na campanha
No final do ano passado, nove mandados de busca e apreensão, além de uma medida cautelar pessoal, foram cumpridos em Sorriso, por suspeita de caixa 2 na campanha eleitoral de um candidato a prefeito nas eleições.
Segundo a Polícia Federal, na época, as investigações começaram dias antes das eleições, quando a polícia apreendeu R$ 300 mil com um dos principais apoiadores da campanha eleitoral do candidato a prefeito.
Conforme as investigações, o dinheiro seria destinado ilicitamente à campanha eleitoral. Além desse valor, há indícios de que várias transações financeiras, relacionadas a essa mesma campanha, feitas por empresários locais, foram realizadas de forma ilegal, com a participação de pessoas jurídicas, por meio de “laranjas” e com dinheiro não contabilizado na prestação de contas.