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Polícia Sexta-feira, 26 de Setembro de 2025, 18:53 - A | A

Sexta-feira, 26 de Setembro de 2025, 18h:53 - A | A

Miss Mato Grosso 2024 é sócia de empresa investigada por trabalho análogo à escravidão em Nova Maringá

Conforme o Ministério Público do Trabalho, as vítimas foram contratadas pela T.F. Zimpel Ltda para trabalhos envolvendo cortes e empilhamentos de madeira. A empresa leva o mesmo nome da miss

Da Redação

A eleita miss Mato Grosso 2024, Taiany França Zimpel, é dona da empresa responsável pela contratação dos 20 trabalhadores resgatados em condições análogas à escravidão, durante uma operação da Polícia Federal (PF) na Fazenda Eliane Raquel e Quinhão, em Nova Maringá, a 392 km de Cuiabá, na última segunda-feira (15).  

Em nota publicada nas redes sociais, a miss informou que a empresa firmou um contrato de prestação de serviços com a propriedade rural, mas que terceirizou a mão de obra para a execução do trabalho.

Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), as vítimas foram contratadas pela T.F. Zimpel Ltda para trabalhos envolvendo cortes e empilhamentos de madeira. A empresa leva o mesmo nome da miss.  

Ainda conforme o órgão, as investigações apontaram que foi comprovada a responsabilidade solidária entre a Zimpel, que recrutou e manteve os trabalhadores em condições consideradas degradantes, e os proprietários da fazenda.

No Instagram, Taiany se descreve como empresária e modelo internacional, além dos títulos de Miss Grand Mato Grosso 2024 e Miss Mato Grosso Internacional 2024.  

Dos 20 trabalhadores resgatados, 16 estavam sem registro formal e recebiam apenas por produção, sem um salário fixo. Em um vídeo, as vítimas relatam e mostram como era a área onde viviam isolados.

Os outros quatro, embora estivessem registrados, recebiam na carteira de trabalho somente, 30% do salário, com os 70% restantes da remuneração sendo pagos "por fora" e também vinculados à produção.  

Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o local onde os trabalhadores estavam era de difícil acesso, isolado e sem qualquer meio de transporte público ou particular disponível. A cidade mais próxima ficava a 120 km de distância, o que tornava ainda mais complicada qualquer tentativa de deslocamento.

Essa condição de isolamento geográfico, aliada à informação de que os trabalhadores não possuíam dinheiro ou recursos para deixar o local por conta própria, foi um dos principais fatores que caracterizou a situação como trabalho análogo à escravidão, já que, na prática, eles estavam impedidos de ir embora, mesmo que quisessem.  

Quatro trabalhadores estavam confinados em um contêiner sem ar-condicionado, sem camas, roupas de cama ou armários. O ambiente era de extrema desordem e total falta de higiene, segundo a auditoria fiscal do Ministério do Trabalho e Emprego.

COMO DENUNCIAR? - Existe um canal específico para denúncias de trabalho análogo à escravidão: é o Sistema Ipê, disponível pela internet. O denunciante não precisa se identificar, basta acessar o sistema e inserir o maior número possível de informações.  

A ideia é que a fiscalização possa, a partir dessas informações do denunciante, analisar se o caso de fato configura trabalho análogo à escravidão e realizar as verificações no local.

Nota emitida pela empresa:

A empresa T. F. ZIMPEL, trata-se de empresa prestadora de serviços em atividades de apoio à pecuária e a agricultura, atuando como intermediadora.  

A empresa T. F. ZIMPEL, assim como a Família Zimpel, não possuem propriedade rural.

Assim, a empresa T. F. ZIMPEL esclarece que firmou contrato de prestação de serviços com uma propriedade rural e terceirizou a mão de obra para execução dos trabalhos, portanto, a empresa T. F. ZIMPEL não representa a fazenda e também não realizou a contratação da mão de obra direta.  

A empresa T. F. ZIMPEL, mesmo não sendo a contratante dos trabalhadores, vem colaborando integralmente com as autoridades nas apurações relacionadas ao caso dos 20 funcionários resgatados.

Desde o inicio da fiscalização, quando tomou conhecimento sobre os fatos, a empresa garantiu o acesso irrestrito às instalações da operação e documentos, além de atuar no acolhimento e realocação dos colaboradores afetados.

A empresa T. F. ZIMPEL reforça seu comprometimento com práticas trabalhistas éticas, respeito à legislação e aos direitos dos trabalhadores.  

A empresa firmou, com o Ministério Público do Trabalho, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com caráter emergencial e reparatório, sem confissão de culpa, pois mesmo sem ser responsável direta pelos funcionários, preferiu garantir o suporte imediato dos colaboradores, resguardando-se no direito de regresso ao contratante.

A empresa T. F. ZIMPEL repudia veementemente qualquer prática análoga à escravidão ou tráfico de pessoas e seguirá colaborando com as investigações, confiando que a verdade será esclarecida com responsabilidade e respeito ao devido processo legal.  

A empresa T. F. ZIMPEL informa que serão tomadas todas as medidas legais cabíveis, tanto cíveis quanto criminais, quanto a publicações que expõe os fatos de forma distorcida à realidade, em especial àquelas que liguem os fatos à pessoa da Miss Mato Grosso.

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