A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) anunciou a bandeira vermelha patamar 1 para o mês de outubro. Isso significa que os consumidores receberão as contas de energia elétrica com adicional de R$ 4,46 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
Uma vez que a bandeira vermelha 2 cobra o adicional de R$ 7,87 para cada 100 kWh consumidos, ocorrerá a redução no valor da conta de energia. Porém, os preços continuam abusivos. O País tem o maior custo de energia residencial em relação à renda per capita entre 34 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), conforme levantamento elaborado pela Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace Energia).
Noutras palavras, comparando o preço da tarifa de energia ao poder aquisitivo dos salário e renda do brasileiro, o país é campeão mundial de preço elevado da energia elétrica, ainda que o custo de produção da energia hidrelétrica seja barato.
A desculpa para a adoção das bandeiras tarifárias é a mesma de sempre: o volume de chuvas abaixo da média e o consequente reflexo no nível dos reservatórios não são favoráveis para a geração das usinas hidrelétricas. E que diante do cenário há necessidade de acionamento de usinas termelétricas, que são mais caras e justificam o acionamento da bandeira vermelha, que em outubro será no patamar 1, sendo que nos meses anteriores foi acionada a bandeira vermelha patamar 2.
Porém, o lucro exorbitante alcançado pela Energisa Mato Grosso, empresa que explora o serviço de distribuição de energia elétrica no estado, desmente a necessidade da cobrança das bandeiras tarifárias, uma vez que no período de 2014 ao 2º semestre de 2025, a empresa obteve exorbitante lucro líquido de R$ 6.577,40 bilhões, de acordo com dados do Balanço Patrimonial da empresa divulgado no Diário Oficial de Mato Grosso.
Existe ainda a justificativa de que a fonte solar da geração é intermitente e não injeta energia para o sistema o dia inteiro. Por essa razão, é necessário o acionamento das termelétricas para garantir a geração de energia quando não há iluminação solar, inclusive no horário de ponta. Algo que baseado na explicação esdrúxula acerca do baixo volume de água das termelétricas, enquanto justificativa para elevação da tarifa de energia, também não merece credibilidade.
