O relator do projeto da Dosimetria, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), disse a sindicalistas nesta terça-feira (30/9) que o momento é de esperar a “poeira baixar” e evitou dar prazo para a votação da proposta que pode reduzir as penas dos envolvidos na tentativa golpista em 2022. Paulinho afirmou que agora é a hora de conversar e afinar a estratégia, pois a relação entre as duas casas azedou depois que os senadores enterraram a proposta aprovada pelos deputados.
A tentativa de avançar com uma alternativa à anistia, articulada pelo deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), não encontrou respaldo entre os principais partidos e dificilmente será votada nos próximos dias. O impasse entre governo e oposição esvazia o debate e deixa a proposta fora da pauta de deliberações na Câmara dos Deputados.
Segundo Daniela Lima, do UOL, a resistência vem de diferentes lados. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), chegou a convocar reunião para esta terça-feira (30/9), mas mesmo ele reconhece que há pouco espaço para manobras diante da falta de acordo.
DIVERGÊNCIAS PT E PL
De um lado, o PL, sigla de Jair Bolsonaro, alega que a mudança sugerida por Paulinho da Força — que prevê ajustes apenas nas penas relacionadas à tentativa de abolição do Estado democrático de Direito — não atende às suas demandas. Do outro, o PT, orientado pelo governo, descarta apoiar a chamada “PEC da Dosimetria”, fechando qualquer possibilidade de diálogo.
SEM AMBIENTE POLÍTICO
A ausência de consenso entre esquerda e direita torna inviável a tramitação imediata do texto alternativo. Sem ambiente favorável, líderes avaliam que a iniciativa deve permanecer “na gaveta” por pelo menos mais uma semana, até que haja condições políticas para nova rodada de negociações.
CENTRAIS SINDICAIS
O deputado, que tem a vida política ligada ao movimento sindical, recebeu representantes das seis maiores centrais sindicais do país na tarde desta terça-feira na Câmara: Sérgio Nobre, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Miguel Torres, presidente da Força Sindical, Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Adilson Araújo presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Moacyr Tesch Auersvald, presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), Antonio Neto, presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros)