O gasto do setor público consolidado (União, Estados/municípios e estatais) com juros atingiu a soma de R$ 599.937 bilhões no acumulado de janeiro a agosto deste ano. Somente em agosto foram pagos R$ 74.261 bilhões. Em julho, as despesas com bancos e demais rentistas somou R$ 69 bilhões. Os dados foram divulgados pelo Banco Central, nesta terça-feira (30/9).
Com estes resultados puxados pelo novo ciclo de alta da taxa básica de juros (Selic) do Banco Central (BC), iniciado em setembro de 2024, a gastança com juros soma, em 12 meses até agosto, a quantia de R$ 946,5 bilhões (7,63% do PIB), o que é R$ 91,5 bilhões a mais do que o pago nos 12 meses até agosto de 2024 (R$ 855,0 bilhões).
No dia anterior, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, ao comentar as contas do governo federal, reclamou que os gastos com os milhões de brasileiros que dependem do Benefício de Prestação Continuada (BPC) era “preocupante”. Apontou que as despesas com BPC cresceram 10% em agosto em relação ao mesmo mês do ano passado e disse que “não dá para manter esse ritmo de crescimento. No entanto, o gasto do BPC em agosto foi de R$ 10,9 bilhões, muito abaixo dos R$ 74,261 bilhões entregues aos banqueiros no mesmo período.
No mês passado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu por manter o nível da taxa Selic em 15% ao ano, o principal responsável pelo crescimento da dívida pública nacional. A decisão veio à revelia das críticas do empresariado produtivo, que novamente se vê em maus lençóis por ação da política monetária do BC.