Representantes da Secretaria de Estado de Infraestrutura de Logística (Sinfra-MT), não compareceram no ato de protesto realizado pelos vereadores e cidadãos de Chapada dos Guimarães, realizado no Portão do Inferno, nesta última terça-feira (16/6), contra a paralisação e atraso das obras que visam prevenir deslizamentos de rochas e melhorar a segurança na MT-251.
Desde 2010 que geólogos vinham advertindo acerca da erosão e riscos de desabamentos, sem que nenhuma providência tenha sido tomada, inclusive pela atual gestão, que se encontra na metade do segundo mandato do governador Mauro Mendes (União Brasil). Somente depois de forçado pela situação de caos, o governo foi obrigado a agir, uma vez que a rodovia MT-251 é estadual, portanto sob a responsabilidade da administração do estado.
Moradores e vereadores de Chapada dos Guimarães denunciam que são pequenos os avanços das obras, apesar de transcorrido mais de um ano e meio, desde a primeira interdição do Portão do Inferno, em consequência dos desabamentos. Em razão da morosidade, vereadores chapadenses e cidadãos estiveram no local nesta segunda-feira (16/6) em protesto contra o atraso e para exigir explicações da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra-MT).
OBRAS PARADAS
Segundo a reportagem do site Gazeta Digital, com faixas e camisetas brancas com os dizeres “Obra parada e sem transparência, povo penalizado”, os 11 vereadores e moradores da cidade de Chapada foram ao local exigir respostas sobre o andamento da obra. Era também esperado que representantes da Sinfra estivessem no local, contudo, não compareceram, registrou a reportagem da Gazeta Digital.
A reclamação principal dos vereadores, mas também de moradores que estiveram presentes, é de que não têm sido visto movimentações. [...] Hoje estão trabalhando aqui porque eles ficaram sabendo que nós vereadores viríamos fazer uma fiscalização”, afirmou Vereadora Angela Brito (PL). “Nós passamos aqui sempre e está parado, hoje que vocês estão aqui tem gente [na obra]”, desabafa a moradora Aniluce da Paixão. A reportagem do site Gazeta Digital relata que no último fim de semana, passou pelo local e constatou o trecho sem qualquer movimentação de homens e maquinários, portanto confirmou a informação.
JOGO DE CENA

Por causa da manifestação a Sinfra-MT colocou 10 trabalhadores e um trator parado para simular que as obras se encontram em andamento
O jogo de cena do governo, na tentativa de simular que a obra se encontra em andamento, pode ser percebido no comportamento do responsável pela parte operacional das obras, o representante da Lotufo Engenharia, geólogo Henrique Ramos, que não conseguiu detalhar sobre o andamento e cronograma das obras realizadas no local, e somente informou que um estudo era feito naquele momento.
“Para respostas oficiais, vocês devem consultar a Sinfra. Todos que estão trabalhando aqui hoje não tomam decisões a frente do projeto, a gente só faz o que vem de lá da Sinfra. Hoje eu não tenho essas informações que vocês querem. Somente entrando em contato com a Sinfra", orientou o geólogo Henrique Ramos ao ser questionado.
No dia de ontem, segunda-feira (16/6), haviam em torno de 10 trabalhadores uniformizados, carros estacionados, fita zebrada e cones. Ao fundo, um trator ligado, contudo, estático. Os funcionários não sabiam responder que tipo de serviço executavam no momento, situação que denota a encenação montada para simular que as obras se encontram em andamento, em razão da manifestação que ocorreria no Portão do Inferno.
Como sempre ocorre, a coletividade paga alto preço. Os deslizamentos e interdições da rodovia MT-251 chegou a provocar queda de 50% das atividades produtivas, um duro golpe na economia do município de Chapada dos Guimarães, atingindo as pousadas, bares, restaurantes, hotéis, comércio, negócios e a população em geral, inclusive, porque os investidores não querem investir diante da indefinição.
“Estamos sendo prejudicados principalmente na questão de mantimentos, tem que pagar mais caro para fazer a volta pela Serra de São Vicente e a rota alternativa mais perto é a 246, que liga ao distrito de Água Fria, mas os caminhões pesados não podem passar por lá. É permitido só até 36 toneladas”, relatou ao Gazeta Digital o presidente da Câmara, vereador Zé Otávio (PL).