O Supremo está brincando com fogo e com a sua própria credibilidade, ao tomar decisões monocráticas, uma atrás da outra, ora por auto blindagem, ora carregadas de suspeitas sobre motivações e interesses.
O risco não é de um ministro ou outro, é da credibilidade da corte e das instituições brasileiras. Gilmar Mendes “decretou” que só a PGR pode pedir impeachment de integrantes do STF e aumentou o quórum para a votação no Senado. Em seguida, Dias Toffoli avocou para a corte e para si o caso do Banco Master, transformando o segredo de justiça em sigilo total.
Para proteger quem e o quê? Ministros e ex-ministros do próprio Supremo acham, ou temem, que foram movimentos casados e essa percepção se tornou mais aguda com a avassaladora informação de que, dias antes de se autoconceder protagonismo na ação do Master, Tofolli voou para Lima num jatinho particular com o advogado de um dos diretores do banco que já tinha sido preso.
As polêmicas ou suspeitas não afetam só Gilmar e Toffoli, chegam aos demais gabinetes e desabam no plenário do STF, onde os onze ministros julgam as questões mais delicadas da República e onde se destacam Alexandre de Moraes e Flávio Dino, audaciosos, sim, mas fundamentais. Xandão entra para a história da defesa da democracia e Dino está em guerra contra emendas parlamentares criminosas.
Não se discute aqui se há ou não excessos, mas a obrigação dos ministros de seguir uma regra dos homens públicos: “À mulher de César, não basta ser honesta, precisa parecer honesta”. Os erros de uns respingam nas demais togas, dividem o plenário e fortalecem as críticas e a tese de impeachment contra ministros do STF.
A quem interessa? Com informações de Eliane Cantanhêde, colunista do Estado de São Paulo


