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Política Sexta-feira, 27 de Dezembro de 2024, 08:03 - A | A

Sexta-feira, 27 de Dezembro de 2024, 08h:03 - A | A

Dinheiro extra no final de ano demonstra necessidade de acabar com arrocho que sufoca economia

Adalberto Ferreira

As festividades do natal e final de ano ganham colorido especial, turbinadas pelo décimo terceiro e giro de dinheiro extra na economia.

Com a liberação dos salários de dezembro, somado ao décimo terceiro, o governo do estado de Mato Grosso injetou R$ 1,3 bilhão na economia estadual no final deste ano. Por seu turno, a prefeitura de Cuiabá canalizou cerca de R$ 170 milhões para quitar as folhas de dezembro e o décimo terceiro de 20 mil funcionários públicos.

No País o pagamento do 13º injetou cerca de R$ 321,4 bilhões na economia até dezembro, representando aproximadamente 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, de acordo com estimativa do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Montante pago aos trabalhadores do mercado formal, incluindo empregados domésticos com carteira assinada, além de beneficiários da Previdência Social, aposentados e pensionista da União, estados e municípios. Ou seja, sem incluir profissionais liberais, MEI e autônomos.

Resultado: prestadores de serviços repletos de ocupação devido a elevação da procura, bares, restaurantes, shoppings, feiras, supermercados, açougues, padarias e comércio em geral com venda em alta. Geração de empregos e ocupação em alta, dinheiro circulando e todos faturando, num período do ano marcado pela melhoria do poder aquisitivo da população, demonstrando, por um lado, a importância da circulação do dinheiro na economia, e por outro, o quanto a má distribuição de renda infelicita a maioria da população no restante do ano.

Como demonstra a circulação de dinheiro extra que se verifica nos períodos dos finais de ano, apesar de Mato Grosso se constituir no principal produtor de alimentos do Brasil e um dos maiores do Planeta Terra, os baixos salários, alto índice de informalidade, fatores causadores da baixa renda, empobrecem a população, provocando uma crise que debilita os setores do comércio, serviços, indústria e economia em geral.

No setor de comércio o piso salarial fixado na Convenção Coletiva de Trabalho da categoria em 2024 R$ é de R$ 1.482,00, e salário médio R$ 2.126,30, conforme divulgado pelo Clube de Dirigentes Lojistas (CDL); no setor de serviços a remuneração média é a mesma do comércio. Na indústria, o último dado divulgado corresponde a 2022, com salário médio no setor de R$ 3.020,00, valor abaixo da média nacional 20,4%.

Levando em contas que os reajustes têm como parâmetro o INPC, os salários receberam correção de 3,71%, sobre o salário médio em 2023.  Referente a 2024 devem receber, a partir de janeiro próximo, a reposição da inflação oficial estimada em 4,5%, para este ano.

Um trabalhador rural em Mato Grosso ganha, em média, R$ 2.304,33 para uma jornada de 44 horas semanais, recebendo piso de R$ 2.241,39 e teto de R$ 3.559,96, conforme dados oficiais do Caged, do Ministério do Trabalho e Emprego, abrangendo as mais diversas atividades do setor.

No contexto geral, que envolve os trabalhadores assalariados, o salário médio no estado em 2024 é de R$ 3.427,53, puxado para cima pelos trabalhadores mais bem remunerados, a maioria funcionários com empregos e cargos no setor público.

Subsequente aos baixos salários, impacta negativamente o alto índice de informalidade, visto que a última Pesquisa Nacional por Domicílio (PNAD) Contínua, acerca do terceiro trimestre de 2024 encerrado em setembro, revela que, da População Economicamente Ativa (PEA), composta de 1,6 milhão de pessoas aptas a trabalhar existente em Mato Grosso, 588 mil trabalhadores (35,3%) encontra-se no mercado informal, exercendo ocupações aleatórias, fazendo “bicos” e recebendo baixa remuneração.

Em Mato Grosso a má distribuição de renda sofre influência, principalmente, em razão da inexistência da prática de uma política voltada à industrialização da farta matéria prima produzida pelo agronegócio, de modo a permitir a geração de mais empregos e reduzir a informalidade, elevar os salários, melhorar a renda e aumentar a arrecadação de impostos, gerando um ciclo virtuoso que favoreça investimentos no desenvolvimento econômico e bem-estar dos mato-grossenses.

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