A decisão do governo Donald Trump de derrubar as sanções da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes e sua esposa, a advogada Viviane Barci de Moraes, foi a desmoralização do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Essa é a avaliação reservada de parlamentares do PL e outros integrantes da tropa de choque bolsonarista. “A direita só perdeu com essa história e o Lula saiu gigante”, disse um senador à equipe da coluna.
O parlamentar lembra que Bolsonaro não só foi condenado pela Primeira Turma do STF a 27 anos e três meses de prisão no caso da trama golpista, como perdeu a prisão domiciliar – e viu o filho Eduardo ser colocado no banco dos réus por articular sanções contra autoridades brasileiras em solo americano e ainda ficar com o mandato ameaçado de cassação.
“É a pá de cal no Eduardo, que é muito arrogante. Foi por terra a ilusão de que ele era ‘o cara’ nas articulações com o governo americano”, comenta um interlocutor próximo de Bolsonaro, que há meses achava que a estratégia seria um “tiro no pé”.
Enquanto isso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conseguiu, em parte, recuperar a popularidade do seu governo, negociou a remoção do tarifaço contra produtos brasileiros e ganhou de bandeja uma causa a defender na campanha à reeleição: a defesa da soberania nacional, em contraposição ao campo bolsonarista, que chegou a levar uma bandeira gigante dos Estados Unidos para uma manifestação na Avenida Paulista no último 7 de Setembro.
ROTEIRO ESPERADO
Depois da conversa entre Lula e Donald Trump, na semana passada, tanto aliados de Bolsonaro quanto auxiliares do presidente no Palácio do Planalto foram avisados de que poderiam esperar uma nova medida de distensão entre Whashington e Brasília.
Os próprios bolsonaristas já se preparavam para o que consideravam “o pior dos cenários” e discutiam reservadamente como emplacar um novo discurso político.
Com informações de Malu Gaspar, colunista do Globo


