O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, sinalizou na última quarta-feira (12/11), que não haverá corte no nível da taxa básica de juros este ano e, portanto, a asfixia contra o empresariado produtivo brasileiro vai continuar.
Ontem, os diretores do BC apresentaram o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do primeiro semestre de 2025, em coletiva de imprensa.
“O comando legal está claro. A meta [de inflação] é 3%, e o Banco Central vai perseguir esta meta de 3%. É isso que nós estamos fazendo e nós vamos seguir fazendo [mantendo a Selic de 15%]”, completou Galípolo.
A fala do presidente do BC se deu um dia após o IBGE divulgar que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) variou em 0,09% em outubro, o menor índice para um mês de outubro desde 1998, quando foi registrado alta de 0,02%. No acumulado do ano (até outubro) a inflação registra alta de 3,73%.
Com a inflação controlada e abaixo da média de governos anteriores, o chefe do BC segue a procurar pelo em ovo para manter os juros altos, barrando a recuperação econômica do Brasi, tão almejada para melhoria das condições de vida dos brasileiros.
A Selic fixado em 15% ao ano coloca o Brasil com uma taxa de juro real (descontada a inflação esperada) acima dos 10%, a segunda maior do planeta.
Com o consumidor com pouco dinheiro para comprar, por causa da ação nefasta dos juros, as vendas do comércio varejista voltaram a cair em setembro deste ano, ao variar em queda de -0,3% frente a agosto (0,1%), mês que na prática houve estagnação nas vendas, após quedas em abril (-0,3%), maio (-0,4%), junho (-0,1%) e julho (-0,2%), conforme números do IBGE.
Os juros altos também reprimem o empresariado nacional. Em setembro, a produção industrial nacional recuou -0,4% ante agosto
Serviços é o único setor que tem apresentado números positivos este ano, mas por conta do contracionismo monetário apresenta perda de dinamismo. No acumulado do ano até setembro, o volume de serviços cresceu 2,8%, o que é abaixo dos resultados para igual período dos dois últimos anos, em 2024, alta de 3,1%, e em 2023, o crescimento foi de 2,9%, apontam também números do IBGE.


