O general Mario Fernandes, ex-secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo Jair Bolsonaro (PL), admitiu nesta quinta-feira (24/7) ao Supremo Tribunal Federal (STF) ser o autor do plano batizado de “Punhal Verde e Amarelo”, que previa o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A informação é da CNN Brasil.
Segundo Fernandes, o plano seria apenas “um pensamento” que ele teria decidido digitalizar como parte de um “estudo de situação” individual. Ainda assim, ele confirmou ter impresso o documento no Palácio do Planalto em três cópias. Para o general, a impressão seria apenas para facilitar a leitura, “sem forçar a vista”.
A declaração foi dada em interrogatório no âmbito da última fase de instrução do processo que investiga o chamado núcleo 2 da organização que teria articulado um golpe de Estado para impedir a posse de Lula.
“Esse arquivo digital nada mais retrata do que um pensamento meu que foi digitalizado. Um compilar de dados, um estudo de situação meu, uma análise de riscos que eu fiz e por costume próprio resolvi digitalizar. Não foi apresentado a ninguém e nem compartilhado com ninguém”, afirmou o general.
A Polícia Federal, porém, contesta essa versão. De acordo com as investigações, Fernandes imprimiu três cópias do plano no Palácio do Planalto e, quarenta minutos depois, esteve no Palácio da Alvorada — onde se encontravam o então presidente Jair Bolsonaro e o tenente-coronel Mauro Cid.
Questionado se teria apresentado o plano a Bolsonaro, Fernandes negou qualquer conversa sobre o tema. “Impossível. Eu imprimi para ler no papel, para não forçar a vista. Após isso, rasguei. Esse horário foi uma coincidência em relação à minha atribuição administrativa e logística como secretário executivo. Não compartilhei esse arquivo com ninguém.”