A possível perda do status do dólar como principal moeda de valor internacional representa uma ameaça significativa à economia dos Estados Unidos. Esta perspectiva tem gerado preocupações crescentes sobre o futuro financeiro da maior economia do mundo, especialmente considerando as atuais tensões geopolíticas.
A relação entre os Estados Unidos e seus credores internacionais se assemelha a uma via de mão dupla, onde ambas as partes dependem uma da outra para manter a estabilidade econômica. Como explica o ex-diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo: "Quando você é um grande devedor, se o banco tem uma tremenda exposição a um único devedor, os dois estão em situação delicada".
A atual política econômica americana busca implementar mudanças estruturais significativas, incluindo incentivos para que empresas transfiram sua produção para o território norte-americano, uma estratégia conhecida como "on-shoring". Esta abordagem visa criar empregos e aumentar a arrecadação de impostos domesticamente.
A proposta inclui cortes tributários substanciais para apoiar o empreendedorismo e as empresas, partindo do princípio de que o crescimento econômico resultante proporcionará uma arrecadação maior do que o modelo atual de negócios.
O cenário mais provável, segundo análises, é um resultado intermediário entre as previsões mais otimistas e as mais pessimistas. As mudanças propostas representam uma revolução conceitual na forma de tratamento do sistema financeiro e orçamentário, cujos impactos ainda são difíceis de mensurar com precisão.
TARIFAS ESFORÇO FINAL EUA
A atual situação econômica dos Estados Unidos, marcada por uma dívida de US$ 36 trilhões, coloca em risco a credibilidade e a hegemonia do dólar no cenário internacional. A análise é de Philip Yang, mestre em Administração Pública pela Harvard Kennedy Shool, que destaca as recentes medidas americanas como tentativas de manter sua posição dominante no sistema financeiro global.
Yang contextualiza que os EUA mantiveram superávit comercial até a década de 70, período após o qual se tornaram cronicamente deficitários. A partir de então, o país sustentou seu poder hegemônico principalmente através da supremacia de sua moeda e do poderio militar.
Yang ressalta que, embora os Estados Unidos tenham demonstrado engenhosidade para superar diferentes situações no passado, o cenário atual é mais desafiador. Com a presença de uma economia robusta como a chinesa, a sustentabilidade da hegemonia americana nos próximos anos torna-se questionável.
CNN BRASIL