Após a vitória eleitoral e posse de Trump como presidente dos EUA, é lançada a “nova ordem americana”, revivendo a Doutrina Monroe: “As Américas para os americanos”, porém focada na busca da hegemonia total de todas as Américas e do Ocidente.
O que isso significa? Os EUA até pouco tempo o “senhor” do chamado mundo unipolar, hoje enfraquecido promove um recuo tático, ou seja, da menor ênfase ao Oriente e prioriza sua ação no Hemisfério Norte. Isso significa que o mundo passa a ser multipolar, não mais de domínio único. É mais importante, mostrar na prática, que o Sistema Capitalista, também deixa de ser hegemônico, que vai sendo substituído por outro: o Sistema Socialista em construção na China e outros países.
Se os EUA recuam para o Hemisfério Norte automaticamente a outra parte do mundo, o Hemisfério Sul, está mais livre para se desenvolver sem as agressões rotineiras do imperialismo americano. Mostra, também, que o Sistema Capitalista agoniza. Vide a situação dos EUA e da Europa em crise permanente, baixo desenvolvimento ou recessão. Por outro lado, os países que constroem o Socialismo, com crescimento significativo; a China com PIB de 5%, o Vietnã 7,5% ao ano, bem mais que o dobro dos demais países sob o tacão do capitalismo. É fácil entender porque o Capitalismo se debilita e o Socialismo viceja.
O primeiro entrou na fase da financeirização, da agiotagem, dinheiro gerando dinheiro. Já o Socialismo é o trabalho, a industrialização, o desenvolvimento da tecnologia, gerando riquezas. Porém, nem tudo são flores. Se os EUA, reedita a Doutrina Moroe: “As Américas para os americanos”, então para nós da América Latina, entre eles o maior país o Brasil, a situação pode se agravar.
Isso já está acontecendo. Para o Brasil Trump decretou o tarifaço de 50%, que só teve certo alívio por pressão dos próprios americanos assolados pela inflação dos alimentos e outros itens. Descaradamente Trump dita ordens não só na nossa economia, mas na política, na Justiça em defesa de Bolsonaro, aquele que logo após a posse deu continência à bandeira americana, também decretando a Lei Magnitsky contra membros do nosso poder Judiciário. Não só no Brasil, os EUA interfere. Na Argentina que tem um presidente capacho de Trump libera 20 bilhões de dólares para fortalecê-lo no poder.
Em outros países em eleições, como o Chile, coloca em campo suas Big Tecs, sua mídia hegemônica, a guerra Híbrida e consegue eleger um presidente de ultradireita. Em outros países como a Bolívia, Equador, Panamá, Honduras e outros, a tática de asfixiar e dominar. Na Venezuela, onde não consegue derrubar o governo, manda seu maior porta aviões, centenas de caças, milhares de soldados, sob o comando da CIA. Fecha o espaço aéreo do país, bombardeia dezenas de embarcações, sequestra navios.
Como disfarce dessa operações de invasão e assalto a países da América Latina, inventa mentiras como aquela das “armas químicas” no Iraque, agora de “combate ao narcotráfico”. No Brasil reforça sua guerra híbrida, através das Big Techs, da grande mídia, adultera pesquisas, coopta políticos traidores da Pátria, como Eduardo Bolsonaro, e com certa tranquilidade líderes do Congresso Nacional para aliviar a punição dos seus aliados golpistas e impor seus ditames.
Querem de qualquer forma impedir a reeleição de Lula, abocanhar novamente o poder do Brasil, as terras raras, petróleo, demais minérios, nos dominar como se ainda fôssemos o seu quintal. (*) Aluísio Arruda – Jornalista, Arquiteto e Urbanista, membro do PCdoB/MT


