Nesta segunda-feira (20/10), a Petrobras informou que obteve licença para perfurar o primeiro poço na Bacia da Foz do Amazona. O setor comemora a licença, enquanto que ambientalistas a veem com preocupação, e consideram desastrosa a liberação por parte do Ibama. A duas semanas da COP30, a decisão foi vista por entidades ambientais como uma sabotagem à conferência.
Como base de comparação, as reservas provadas da Petrobras somam 11,4 bilhões de barris de óleo equivalente (boe).
Segundo a companhia, com base no Plano de Negócios 2025-2029, estão previstos 15 poços na Margem Equatorial, com investimento total de US$ 3 bilhões. Desse total, oito poços serão perfurados somente na Bacia da Foz do Amazonas.
O volume recuperável estimado com o mapeamento da porção noroeste da Bacia da Foz do Amazonas é de 6,2 bilhões de barris de óleo equivalente, de acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), com base em estudo que integra um projeto de análises das bacias sedimentares brasileiras.
Pedro Rodrigues, sócio da consultoria CBIE, afirma que o Brasil precisa de novas fronteiras para se manter relevante como grande produtor de petróleo. Para isso, é necessário avançar, já que o pré-sal deve entrar em declínio a partir de meados da próxima década, projeção já confirmada pela Petrobras.
“Depois das águas rasas, das águas profundas e ultraprofundas com o pré-sal na Bacia de Santos, o Brasil se tornou uma potência global. Mas esses campos todos têm uma vida útil; por isso, é preciso seguir descobrindo novas reservas”, disse Rodrigues.
Para o consultor, o Brasil está bem posicionado do ponto de vista ambiental, devido ao baixo número de acidentes envolvendo campos de petróleo. No entanto, ele alerta para o uso adequado dos royalties em regiões produtoras, como o Norte Fluminense, no Rio de Janeiro.
“Você pode questionar o uso dos royalties, como ocorreu na região Norte do Rio de Janeiro, mas é importante destacar que o Brasil tem um baixo volume de vazamentos, o que mostra sua eficiência do ponto de vista operacional”, destacou.