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Política Segunda-feira, 20 de Outubro de 2025, 11:02 - A | A

Segunda-feira, 20 de Outubro de 2025, 11h:02 - A | A

Lula reconhece que o PT e a esquerda se distanciaram do povo (Parte I)

Nos governos do PT: Lula I, II e II e Dilma Rousseff, o PT não fez as reformas estruturais que o Brasil necessita, e administra o país no varejo, apagando incêndios

Adalberto Ferreira

Em matéria publica pelo O Globo neste domingo, 19 de outubro de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante encontro do PCdoB, depois de reconhecer o avanço da extrema direita, afirmou que o campo progressista “não está convencendo”. E por isso - segundo a matéria do O Globo – Lula entende que precisaria adotar novas táticas para se reaproximar do eleitorado. “Nós distanciamos do povo”, reconheceu. “Do jeito que está, não dá. Temos que mudar”, afirmou Lula.

No linguajar popular, no poder os governos do PT tentaram fazer omelete sem quebrar os ovos, ou seja, não fez a ruptura exigida com o modelo liberal de economia, edificando os pilares de um projeto desenvolvimentista de Nação, de maneira a otimizar a enorme potencialidade do país em benefício do desenvolvimento econômico e bem-estar social. Projeto que ponha em prática o combate sistemática ao modelo orquestrado pela agiotagem do capital financeiro, que atua como parasita da economia, drenando os recursos e impondo a estagnação econômica, por meio da cobrança de uma taxa básica de juros (Selic) absurda. 

A título de exemplo, no exercício financeiro de 2024, de um déficit público total de R$ 998 bilhões, o setor público composto pela União, estatais, estados e municípios, foi responsável pelo gasto de R$ 47,6 bilhões, o que significa que os juros representaram R$ 950,4 bilhões, segundo dados oficiais divulgados pelo “Relatório Estatísticas Fiscais” do Banco Central do Brasil, divulgado em 31 de janeiro de 2025. Dinheiro esse que deveria estar sendo investido na melhoria das políticas públicas essenciais, obras estruturantes e para financiar o desenvolvimento econômico, o que demonstra que o maior responsável pela estagnação é o juro absurdo.

Reconhecido internacionalmente como pais detentor de vasto potencial de riquezas, o Brasil tem sido vítima dos equívocos e falta de vontade política e compromisso com a construção de um projeto nacional de desenvolvimento. Foi assim, inclusive, nos governos Lula I, II, Dilma Rousseff. E continua no governo Lula III, ainda que diante da perspectiva de retorno da extrema direita e/ou aliados ao poder, o atual presidente representa mal menor.  

O Brasil dispõe de plenas condições de implementar um modelo de economia em que o setor produtivo e investidores podem auferir lucros significativos, com base numa política desenvolvimentista. Modelo, que da mesma forma contemplará a classe média e trabalhadores, por meio de melhores os salários e elevação da renda. Não a atual a política medíocre, que concentra as riquezas nas mãos de meia dúzia, gargalo gerador de decepção e descontentamento com o atual governo, erro explorado pelos adversários políticos.

Ao manifestar preocupação com a atual situação e a disputa de 2026, segundo O Globo, o presidente destacou a necessidade de atualizar o próprio discurso. “Eu serei candidato para quê? Para continuar falando de Bolsa Família? É preciso pensar num país maior”, afirmou Lula.

O questionamento de Lula pode representar uma luz no fim do túnel, caso a autocrítica seja sincera e não apenas mais uma preocupação eleitoral, pois o Brasil merece a governança de um estadista de porte, que se disponha a mudar os rumos da nossa história, e não de alguém que continue aceitando governar acorrentado aos interesses das elites, em especial do capital financeiro.  

O país não pode continuar sendo administrado no varejo, através de uma política assistencialista, que ao invés de estratégia rumo a transição para um novo modelo de desenvolvimento, se perpetue como política de Estado. Incluir o pobre no orçamento é questão de justiça social, mas a verdadeira inclusão dar-se-á pela qualificação educacional e profissional, aliada à uma política de geração de emprego com uma distribuição de renda justa, e políticas públicas eficazes.

Com a derrota da ditadura militar e Constituinte que materializou a Constituição Cidadã de 1988 e efetivação da democracia, as expectativas se voltaram para as transformações econômicas. Transformações frustradas ao longo de quase quatro décadas, o que, inclusive, ensejou o crescimento e chegada ao poder da extrema direita, através de Jair Bolsonaro (PL). 

O que o povo aspira e aguarda, é um governo que imponha um modelo de distribuição de renda, acabando com o arrocho salarial em que vive a maioria absoluta dos trabalhadores. 

O que o povo aguarda, é que a Saúde, Educação, Saneamento Básico, política habitacional, Transporte Urbano, deixem se ser um tapa na cara, para serem políticas públicas compatíveis.

O que o povo aguarda são medidas que melhorem a vida de maneira sustentável, equilibrada, melhor em relação à situação atual em que vive. 

Na edição de amanhã, terça-feira (21/10), a segunda parte do artigo.

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