Derya Unutmaz, imunologista turco e professor do Laboratório Jackson de Medicina Genômica, em Connecticut, nos Estados Unidos, afirmou que a humanidade está muito perto de resolver o problema do envelhecimento. Durante uma entrevista no podcast Inteligência Artificial, ele afirmou que "se qualquer pessoa viver mais 10 anos, viverá mais 50 anos".
Unutmaz dedicou sua carreira ao estudo das células T humanas, fundamentais para a resposta imune. Sua pesquisa se concentrou na diferenciação, ativação e regulação dessas células, tanto em condições normais quanto em doenças crônicas e processos de envelhecimento.
Nos últimos anos, porém, ele tem focado parte de seu trabalho no uso da inteligência artificial (IA) aplicada à medicina, convencido de que essa tecnologia pode transformar decisivamente o futuro da saúde humana.
Como ele explicou na entrevista, o potencial da IA permitirá o desenvolvimento de tratamentos mais precisos e eficazes para doenças que ainda são mortais hoje.
“Não haverá doença que não possa ser curada ou tratada”, afirmou.
Para o pesquisador, a combinação de biologia e inteligência artificial representa uma mudança de paradigma na história da ciência.
— Não acho que haja nenhum problema que não possamos resolver com inteligência artificial. Acho que é como um ponto de virada na história da humanidade. É talvez a maior descoberta desde o início da civilização — disse ele.
Unutmaz enfatizou que o desenvolvimento de novos algoritmos e modelos de predição permitirá entender melhor os mecanismos celulares, o que nos permitirá não apenas curar doenças como o câncer, mas também intervir nos processos biológicos que levam ao envelhecimento.
O CONCEITO DE “GÊMEO DIGITAL” PARA ANTECIPAR TRATAMENTOS
Entre os avanços que ele prevê, ele mencionou a criação de "gêmeos digitais": simulações virtuais que replicam órgãos e sistemas do corpo humano. Essas ferramentas permitiriam a avaliação precoce de como um medicamento interagiria com as células e tecidos de um paciente, sem a necessidade de testes físicos.
Em sua opinião, essa inovação poderia mudar o curso da medicina personalizada, pois facilitaria intervenções mais seguras e eficazes.
“Não há limite físico para a biologia. Se corrigirmos as falhas nos sistemas biológicos, poderemos sustentar a vida indefinidamente”, concluiu.