Apesar do déficit nas transações comerciais com os EUA, as exportações do Brasil, como um todo, bateram recorde, com crescimento de 9,1%, atingindo US$ 31,98 bilhões, segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Isso, apesar das exportações brasileiras para os Estados Unidos terem sofrido uma forte queda, de 37,9%, impactadas pelo tarifaço de Donald Trump contra o Brasil.
Com as exportações superando as importações (US$ 25,010 bilhões, queda de 0,8% na mesma comparação), a balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 6,96 bilhões, o segundo melhor resultado para meses de outubro deste ano. O avanço frente a outubro de 2024 é de 70,2%.
No acumulado do ano, as exportações totalizaram US$ 289,73 bilhões, um recorde e crescimento de 1,9% em comparação a igual período do ano anterior. As importações cresceram 7,1% e totalizaram US$ 237,34 bilhões, nesta base.
De acordo com o MDIC, no mês de outubro as exportações pela agropecuária cresceram 21,0%, totalizando US$ 6,80 bilhões; indústria Extrativa, o aumento foi de 22,0%, totalizando US$ 7,71 bilhões; e a Indústria de Transformação subiu 0,7%, totalizando US$ 17,30 bilhões.
BRASIL ACHA NOVOS PARCEIROS E AMPLIA VENDAS À CHINA
Os dados do balanço comercial de outubro mostram que o tarifaço de Trump levou o Brasil a abrir novos mercados. No mês, as exportações brasileiras para China aumentaram 33,4%, totalizando No acumulado de janeiro a outubro de 2025, houve aumento e quedas das exportações, principalmente, para os seguintes países: Argentina: cresceu 41,4%, totalizando US$ 15,85 bilhões; EUA: diminuiu -4,5%, totalizando US$ 31,46 bilhões; China: cresceu 1,7%, totalizando US$ 84,73 bilhões; União Europeia: aumentou 2,1%, totalizando US$ 41,38 bilhões
Ao avaliar a balança comercial de outubro, o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, afirma que o resultado foi melhor do que o esperado e que o Brasil conseguiu ampliar as vendas à China num momento que passa por dificuldades nas exportações ao EUA, causadas pelo governo Trump.
“Muitas empresas conseguiram contornar a dificuldade de exportar para os Estados Unidos e abriram novos mercados. O caso típico é o da carne”, citou. “No início do ano, durante o tarifaço, todos tinham a expectativa de que ele provocaria uma perda de US$ 5 bilhões a US$ 10 bilhões nas exportações brasileiras”.
Na Ásia as vendas brasileiras tiveram alta de 21,2%, liderada pela China, Índia (+55,5%), Cingapura (+29,2%) e Filipinas (+22,4%).
Castro projeta que “as exportações vão terminar o ano com um pequeno crescimento. Todo aquele cenário de queda forte previsto por diferentes analistas não vai se concretizar. Nesse momento, o cenário está bom”, comemorou o empresário.


