O Ministério Público do Rio denunciou Marlon Brendon Coelho, o MC Poze, e outras nove pessoas por tortura e extorsão mediante sequestro do ex-empresário dele, Renato Medeiros. O caso aconteceu em 2023. O MP pediu a prisão preventiva de Poze e outros seis envolvidos. A defesa do artista, em nota, afirmou que o pedido de prisão "não tem fundamento".
Segundo a denúncia, Poze e seus amigos atuaram de maneira coordenada para agredir e obrigar Renato a confessar que teria roubado uma joia de Poze, o que nunca ficou comprovado.
De acordo com as investigações da 42ª DP (Recreio), Renato foi agredido com socos, chutes, uma arma artesanal feita com madeira e pregos, além de ter sido queimado com cigarros acesos. Na época, Poze negou as acusações e acusou Renato de tê-lo roubado.
Renato contou que ficou com marcas de cigarro dentro da orelha. Segundo o MP, ele ficou privado de liberdade por pelo menos uma hora e meia.
Documentos da investigação demonstraram que Renato, após o episódio, tinha fraturas, queimaduras e lesões extensas.
"A acusação foi apresentada com base em elementos concretos colhidos ao longo da investigação, os quais apontam de forma consistente para a materialidade do crime e os indícios de autoria. O pedido de prisão, por sua vez, visa garantir a ordem pública, a instrução criminal e a aplicação da lei penal, diante da gravidade dos fatos imputados ao acusado", afirmou o advogado Rodrigo Castanheira, que representa Renato.
Foram denunciados pelo MP:
Marlon Brendon Coelho Couto da Silva
Fábio Gean Ferreira da Silva
Leonardo da Silva de Melo
Matheus Ferreira de Castilhos
Maurício dos Santos da Silva
Rafael Souza de Andrade
Richard Matheus da Silva
Sophia Rodrigo da Silva
Eric José Fernandes da Silva
Ronnie de Souza
Em outro inquérito, o artista também é investigado por apologia ao crime e por envolvimento com o tráfico de drogas. Ele chegou a ficar preso por 5 dias em junho, mas foi solto mediante o cumprimento de medidas cautelares.
O que diz a defesa de Poze
Em nota, o advogado Fernando Henrique Cardoso, responsável pela defesa do MC Poze, afirmou que o pedido de prisão não tem fundamento. Segundo ele, o artista vem cumprindo todas as medidas cautelares impostas pela Justiça.
"Desde o início dessa investigação, tanto o Ministério Público como o Poder Judiciário entenderam ser desnecessária qualquer decretação de prisão. Aplicaram, desde então, medidas cautelares que vem sendo respeitadas e seguidas perfeitamente, nos últimos 30 meses, sem qualquer descumprimento.
O pedido, feito pela delegacia e por outro promotor, frise-se, 30 meses depois de fiel cumprimento das cautelares, não tem fundamentos concretos tampouco contemporâneos.
Marlon segue respeitando toda e qualquer decisão do Poder Judiciário e, no processo, provará sua inocência”, dizia a nota assinada por Fernando Henrique Cardoso.