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Esportes Quinta-feira, 09 de Outubro de 2025, 10:16 - A | A

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Bruno Spindel revela bastidores do Flamengo, crises internas e tentativas de retorno de Jorge Jesus

Ex-dirigente detalha funcionamento do departamento de futebol, bastidores de contratações e relação com Bap e Boto

Da Redação

Homem de confiança de Eduardo Bandeira de Mello e Rodolfo Landim, últimos presidentes do Flamengo, Bruno Spindel foi desligado do cargo de diretor executivo justamente por quem o levou para trabalhar no clube: Luiz Eduardo Baptista. A demissão aconteceu somente oito meses depois de Bap assumir a presidência, momento em que o então “homem forte” do futebol nos últimos anos foi perdendo espaço gradativamente.

Spindel chegou ao Flamengo no fim de 2012 para atuar no marketing e trabalhou ao lado de Bap para renovar o contrato da Adidas. Ele ficou no setor até 2018, quando foi escolhido por Bandeira de Mello para ser CEO, cargo que ocupou até janeiro de 2019, com a chegada de Landim. Spindel passou o bastão para Reinaldo Belotti e foi oficializado como novo diretor de futebol em junho de 2019.

Foram quase 13 anos e mais da metade desse tempo atuando como uma das figuras mais influentes no futebol do Flamengo, com 13 títulos conquistados como diretor executivo. Em entrevista, Spindel passou a limpo assuntos que tomaram conta dos noticiários e dos bastidores rubro-negro nos últimos anos.

O ex-diretor executivo do clube definiu o episódio do soco do preparador Pablo Fernández em Pedro como a crise mais difícil de ser contornada e reconheceu que o cenário teve consequências esportivas para o Flamengo, que terminou o ano de 2023 sem conquistar um título sequer.

– Acho que crise mais difícil foi a agressão ao Pedro. Foi muito difícil de tomar as decisões, dar apoio total ao Pedro, aparar todas as arestas para voltar ao trabalho. É óbvio que teve consequências, o time estava voando naquele momento, vínhamos de uma atuação impecável contra o Grêmio e a quebra do tabu com o Atlético-MG. Aconteceu a crise do jeito que foi e tirou o trabalho dos trilhos. Foi a crise mais difícil e que teve mais consequências – disse, para completar ao ser questionado se houve erro ao manter o técnico Jorge Sampaoli no cargo:

– Era uma decisão muito complexa. Muito difícil. O ocorrido teve consequências na performance esportiva durante a temporada, isso não tem dúvida. A gente estava brigando para ser campeão brasileiro, desempenhando muito bem, acreditávamos de verdade que daria para brigar e até sair campeão nas três competições. Mas é óbvio que o ocorrido teve consequência. É difícil falar se tomaria outra decisão ou não, mas, com certeza, teve consequência para o resto da temporada. A saída do Paulo Sousa foi complicada, mas a gente conseguiu corrigir o rumo e saímos campeões da Libertadores e da Copa do Brasil.

Pela primeira vez, um então membro do departamento de futebol do Flamengo abriu o jogo sobre quantas vezes o clube tentou contratar Jorge Jesus. O português deixou o clube em 2020, mas foi uma sombra em todos os treinadores que vieram na sequência.

– Acho que umas três (risos). Uma coisa que não ficou clara é que a gente tentou muito o Jorge (Jesus). A gente encontrou com ele, jantou com ele, mas havia uma situação muito incerta do Jorge no Benfica, que obviamente dependia do desempenho dele e da equipe e isso ninguém pode controlar. Se ele ficasse vivo na disputa do Campeonato Português, vivo na Copa de Portugal, tinha a Champions também... seria impossível o Jorge (Jesus) vir. E aí a gente contratou o Paulo Sousa. A gente tentou também quando não renovamos com o Dorival, mas em todas as vezes que a gente tentou o Jorge tinha um impedimento contratual. E quando o Sampaoli veio, ele estava no final do contrato do Fenerbahçe e com uma proposta pesada da Arábia Saudita ou estava no Al Hilal, não me lembro. Mas foram três vezes que nós conversamos com o Jorge para voltar e que a situação profissional dele impedia que ele voltasse para o Flamengo. Mas, de fato, a gente tentou – concluiu.

No tempo em que ficou no cargo com Bap no poder, Spindel perdeu protagonismo no departamento. Apesar de bom trânsito e diálogo com o presidente, foram oito meses sem participar das principais decisões e tendo a função de apenas abastecer José Boto – o novo diretor – de informações para uma transição de gestão tranquila.

– As relações foram saudáveis. O que participei mais foi fornecer informação do passado, de característica dos atletas e da estrutura mais do que participar do processo de decisão e de negociação. Acho que fui importante para que se fizesse uma transição sem qualquer tipo de descontinuidade, sem qualquer ruído para o clube não perder informação e conhecimento. Fiz tudo da forma mais profissional possível com o presidente e com o Boto. A relação com os atletas, com o Filipe e com os funcionários se mantém as mesmas. Mas, especificamente do meu trabalho, meu papel foi esse: passar tudo o que tinha do histórico para trás para não ter nenhuma descontinuidade. Tinha alguns pontos de contratos, por exemplo, o Plata tinha um bônus que o Flamengo tinha que ficar atento financeiramente. Procurei ser profissional e colocar o Flamengo acima de tudo para contribuir com o que eles precisassem para poder seguir adiante e procurei ser leal ao presidente e ao clube. Mas agora estou de baterias recarregadas, pronto para o próximo desafio.

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