Na disputa eleitoral travada em 4 de novembro último, a resposta veio nas urnas, com eleitores em diversos pleitos locais dando vitórias expressivas a democratas pelo país, que expressaram rejeição aos nomes apoiados pelo presidente republicano, Donald Trump.
Percebendo com os próprios olhos que cresce a insatisfação e a maré está mudando, nesta última sexta-feira (14/11) o presidente americano assinou decreto que elimina as chamadas tarifas recíprocas para carne bovina, tomate, café, banana, açaí e outros produtos agrícolas. A medida visa diminuir os custos para o consumidor americano, em uma tentativa da Casa Branca de reagir à derrota nas eleições locais do início deste mês.
A medida reduz as tarifas-base unilaterais de 10% inicialmente aplicadas contra o Brasil, informou a Globo News, citando fontes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com isso, devem permanecer em vigor as tarifas adicionais aplicadas contra o Brasil, estipuladas em 40%. As novas isenções entraram em vigor retroativamente à meia-noite de quinta-feira (13/11). A medida beneficia dezenas de produtos alimentícios, incluindo alimentos básicos como carne bovina, café e frutas.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nas redes sociais que a reversão é uma "vitória para o Brasil", resultado das intensas negociações diplomáticas entre os países nas últimas semanas.
No caso do Brasil, as tarifas recíprocas determinadas em abril estão em 10%; em julho foi anunciada uma sobretaxa de 40%. O alívio, nesse caso, será limitado aos 10% de taxas recíprocas.
O Brasil, principal fornecedor de café dos EUA, ficou sujeito a uma tarifa recíproca de 10% — mas, em julho, anunciou uma tarifa “punitiva” de 40%, que entrou em vigor em agosto, deixando os produtos brasileiros sobretaxados em 50%.
Os produtos agrícolas do Brasil que constam do decreto ainda enfrentarão a tarifa adicional de 40%, de acordo com um funcionário da Casa Branca que falou sob condição de anonimato.
Documento divulgado no site da Casa Branca explica que a mudança foi motivada pelo “progresso significativo” feito pelo presidente em acordos bilaterais. Esses acordos, afirma o texto, “tiveram e continuarão a ter amplos impactos na produção nacional e na economia como um todo, incluindo acesso aprimorado a mercados para nossos exportadores agrícolas.”


