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Política Sexta-feira, 05 de Setembro de 2025, 08:13 - A | A

Sexta-feira, 05 de Setembro de 2025, 08h:13 - A | A

Estudo mostra que 0,1% dos super-ricos do Brasil acumulou mais renda que 80 milhões de pessoas

Estudo com base no Imposto de Renda revela salto na desigualdade entre 2017 e 2023; 0,1% mais rico já ganha mais que os 50% mais pobres. Em Mato Grosso, para 0,1% mais rico a renda saltou de 9,7% para 17,4%, quase dobrando

Da Redação

O Brasil viveu, entre 2017 e 2023, uma intensificação inédita da concentração de renda, especialmente entre os brasileiros super-ricos. Segundo estudo publicado no site FiscalData, com base nas declarações de Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF), o grupo dos 0,1% mais ricos — cerca de 160 mil pessoas — capturou 85% do crescimento da renda no período.

A análise técnica elaborada pelos pesquisadores e economistas Sérgio Wulff Gobetti, Priscila Kaiser Monteiro e Frederico Nascimento Dutra mostra que a renda média da população adulta brasileira cresceu 1,4% ao ano acima da inflação. Já os super-ricos tiveram ganhos muito acima disso:

·        Top 1% (1,6 milhão de pessoas): crescimento anual de 4,4%.

·        Top 0,1%: alta de 6,9% por ano.

·        Top 0,01%: avanço de 7,9% ao ano — mais que o crescimento médio da economia chinesa no mesmo período.

Essa aceleração nos ganhos do topo da pirâmide elevou a parcela da renda apropriada pelo 1% mais rico de 20,4% para 24,3%, um recorde na série histórica da Receita Federal (iniciada em 2006). O 0,1% mais rico, por sua vez, passou a deter 12,5% da renda, mais do que os 50% mais pobres, que dividiram apenas 10% do total.

POBREZA EM QUEDA, MAS DESIGUALDADE ESTRUTURAL PERSISTE

De fato, os dados da Pnad indicam que a pobreza extrema caiu, especialmente com a retomada do Bolsa Família e o fortalecimento do mercado de trabalho.

Segundo estimativas da FGV Social, 6 milhões de pessoas deixaram a extrema pobreza entre 2023 e 2024. No entanto, esse avanço na base não neutraliza o agravamento da concentração de renda no topo.

A desigualdade, medida no agregado, permanece elevada e estrutural. A ascensão da renda dos mais pobres não foi suficiente para conter o efeito da expansão vertiginosa dos lucros entre os muito ricos.

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