O Brasil deverá encerrar 2025 como o país que mais gasta com juros da dívida pública no mundo, em proporção ao Produto Interno Bruto (PIB), em consequência dos juros absurdos do Banco Central (BC).
A Selic de 15% ao ano, para atender o apetite insaciável dos bancos e especuladores em geral, drena grande parte do dinheiro dos impostos que deveriam ser investidos em Saúde, Educação, Habitação, Segurança e outras políticas públicas essenciais, além de elevar de maneira desenfreada a dívida pública em cerca de quase R$ 1 trilhão por ano, em média.
Nos 12 meses encerrados em outubro, as despesas líquidas com juros — que correspondem à diferença entre os valores pagos e recebidos pelo setor público — somaram R$ 987,2 bilhões, o equivalente a 7,88% do PIB. Para o fechamento do ano, a expectativa é que esse montante supere R$ 1 trilhão, alcançando cerca de 8% do PIB.
Esses gastos explicam praticamente todo o déficit nominal das contas públicas, indicador que influencia diretamente a dinâmica da dívida. De acordo com projeções da Instituição Fiscal Independente (IFI), o déficit nominal deve alcançar 8,5% do PIB, resultado de despesas financeiras em torno de 8% do PIB e de um déficit primário estimado em 0,5% do PIB. A trajetória da dívida pública segue em deterioração.
Após encerrar 2022 em 71,7% do PIB, a dívida bruta deve atingir 77,6% em 2025 e 82,4% em 2026, segundo estimativas da IFI.
Mesmo com a perspectiva de início de um ciclo de queda da taxa Selic, hoje em 15% ao ano, os efeitos sobre os gastos com juros tendem a ser limitados. Entre 153 países analisados, o Brasil aparece à frente de economias como Sri Lanka, que registrou despesas financeiras equivalentes a 7,81% do PIB, Paquistão, com 7,76%, e Bahrein, com 6,54%. Entre grandes emergentes, os números também são elevados: México (6,48% do PIB), África do Sul (5,26%) e Índia (5,11%).


