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Geral Sexta-feira, 21 de Novembro de 2025, 09:17 - A | A

Sexta-feira, 21 de Novembro de 2025, 09h:17 - A | A

Desigualdade

Em MT barões do agro concentram riquezas enquanto quase 700 mil recebem salários minguados e sobrevivem sem proteção social

A elite do agro em MT concentra riqueza enquanto quase 700 mil trabalhadores vivem com baixos salários e pouca proteção social.

Adalberto Ferreira

De um universo formado por 2,015 milhões de pessoas ocupadas, Mato Grosso atualmente conta com 689 mil trabalhando na informalidade, de acordo os resultados recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD Contínua – IBGE).

Portanto, 34,19% entre as pessoas ocupadas trabalham na informalidade, a maioria em situação precária, sem direito a férias, 13º salário, direito a aposentadoria, folgas semanais e licença médica remunerada em caso de doença.

Além da falta de proteção social, trabalham recebendo baixa remuneração.

Segundo dados oficiais relativos ao segundo trimestre deste ano (2025), enquanto trabalhadores com carteira assinada têm renda média de R$ 3.171,00, os que fazem parte do mercado informal recebem R$ 2.213,00.

Aqueles que trabalham por conta própria sem CNPJ: R$ 1.321,00 (outubro/2025); informais com CNPJ R$ 2.182,00 (1º trimestre de 2024). O agronegócio é um dos principais setores da economia, e Mato Grosso é o maior produtor do pais.

Mas dos frutos colhidos, as riquezas se concentram nas mãos de poucos, notadamente nas mãos de meia dúzia de barões do agro, conforme demonstram os dados do IBGE, que apontam a existência de quase 700 mil trabalhadores sem proteção social e recebendo baixa remuneração.

Ainda assim, o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico (SEDEC), César Miranda, após a divulgação do resultado da PNAD Contínua sobre índice de emprego em Mato Grosso, veio a público manifestar que “o desempenho apresentado pela pesquisa mostra, mais uma vez, que Mato Grosso é um Estado de oportunidades”.

Oportunidade do quê? Viver em condições de vida precária, recebendo remunerações abaixo das necessidades básicas como ocorre com uma grande quantidade de trabalhadores na informalidade? Cesar Miranda ressaltou que “os números refletem políticas permanentes de incentivos ao empreendedorismo, à atração de investimentos e fortalecimento dos diversos setores produtivos”.

No entanto, estudo recente da FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas) aponta que aproximadamente 70% dos trabalhadores autônomos gostariam de ter um emprego com carteira assinada (regime CLT), resultado que demonstra a insatisfação com a renda e condição precária da vida que levam.

De acordo com um estudo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o salário mínimo necessário em setembro de 2025 deveria ser de R$ 7.075,83 - quase cinco vezes maior que o valor em vigor - o que reforça o descompasso entre os reajustes salariais e o alto custo de vida no país.

O cálculo leva em conta o custo da Cesta Básica de Alimentos e outras despesas essenciais, como moradia, saúde, transporte, educação, vestuário, higiene e lazer, conforme determina a Constituição Federal.

Visando compensar minimamente a defasagem do salário mínimo, cinco estados criaram salário mínimo regional:

São Paulo R$ 1.804,00;

Paraná entre R$ 1.984.16 e R$ 2.275,36;

Santa Catarina entre R$ 1.730, e 1.978.00;

Rio Grande do Sul R$ 1.789,00 a 2.267,21;

Rio de Janeiro R$ 1.518,00 a R$ 3.158,96.

Em Mato Grosso, apesar do estado se constituir no principal produtor do agronegócio do país, o salário mínimo é o oficial definido pelo governo federal R$ 1.518,00, sem nenhuma compensação como em outros estados.  

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