O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mandou novos recados para Donald Trump, presidente dos EUA, durante cerimônia pelo início da energização do Linhão Manaus-Boa Vista, que interligou Roraima ao mapa energético do país, que ocorreu nesta quarta-feira (10/9).
"Ao invés de o Trump ficar brigando com a gente, devia vir conhecer nosso sistema interligado, pra quê brigar? Ele ia perceber que ia ser muito legal para os Estados Unidos do que ele ficar brigando com a gente", disse. "Somos um país soberano e donos do nosso nariz. O Brasil não deve nada a ninguém, se tratando de competência, resiliência e capacidade", completou.
A declaração foi feita um dia após a porta-voz da Casa Branca afirmar que os EUA não terá medo de usar o “poder econômico e militar” para defender a “liberdade de expressão”. O governo de Trump tem acusado a justiça brasileira de autoritarismo e de cercear esse direito, em meio ao contexto de julgamento contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Chega de ser um país em desenvolvimento. Essa transição energética nos permite dar um salto de qualidade", declarou Lula.
A promessa é baratear a conta de luz a partir da redução em R$ 45 milhões por mês nos custos da CCC (Conta de Consumo de Combustíveis) de Roraima. Esse encargo está embutido na conta de energia de todos os consumidores.
A substituição gradual das usinas térmicas por energia limpa e renovável reduz as emissões de gases de efeito estufa em mais de 1 milhão de toneladas de CO₂ por ano, além de gerar uma economia superior a R$ 500 milhões anuais nos custos com combustíveis fósseis.
Para incluir o estado, foram investidos R$ 2,6 bilhões em aproximadamente 725 km de extensão, em circuito duplo de 500 quilovolts (kV). A linha vai desde a Subestação engenheiro Lechuga, no Amazonas, à Subestação Boa Vista, na capital de Roraima, com um ponto de apoio intermediário em Rorainópolis.
A integração deve gerar uma segurança energética maior para Roraima, e promete condições mais favoráveis de crescimento econômico. O empreendimento é considerado um marco para o setor elétrico e para o desenvolvimento sustentável da Amazônia.