Na noite de terça-feira (9/9), a Câmara Municipal de Cuiabá realizou importante Audiência Pública para debater sobre a privatização nas escolas de Cuiabá, ventilada pelo prefeito Abílio Brunini. A Prefeitura de Cuiabá ainda não conta com projeto detalhando de que forma a privatização será implementada.
Autor do requerimento que permitiu a oficialização da realização da Audiência Pública, na abertura dos trabalhos o vereador Mário Nadaf leu pronunciamento no qual externou sua posição, uma vez que professor por carreira. Veja na íntegra o pronunciamento do professor e vereador Mário Nadaf.
“É importante entender que a privatização não resolve problemas centrais da educação, como a falta de investimentos e infraestrutura adequada. Pelo contrário, ela transfere a responsabilidade do Estado para entidades privadas, cujo objetivo principal é o lucro. Isso compromete a qualidade do ensino, ao priorizar resultados financeiros em detrimento do desenvolvimento pedagógico.
Outro ponto crítico enumerado pelo vereador é a perda da autonomia pedagógica. Escola pública, historicamente, tem um papel central na formação crítica dos estudantes, preparando-os para serem cidadãos ativos. A privatização, no entanto, muitas vezes impõe currículos voltados para demandas mercadológicas, esvaziando o papel transformador da educação.
Além disso, a privatização agrava a desigualdade educacional. A Educação Pública sempre foi um espaço de inclusão para as populações mais vulneráveis. Ao introduzir critérios privados, milhares de estudantes podem ser excluídos do sistema escolar, criando um ciclo de elitização e segregação.
A gestão de algumas atividades escolares pela iniciativa privada pode, em tese, trazer inovações e agilidade. Contudo, devemos ser vigilantes para que tal modelo não comprometa o acesso universal e a democratização do ensino, como defendido pela Constituição. Nosso objetivo deve ser um modelo que preserve a responsabilidade do Estado como garantidor do direito à educação, promovendo a excelência e a igualdade de oportunidades, sem que a busca por lucro se sobreponha à missão pedagógica. Precisamos de uma parceria que agregue não que divida, e que sempre coloque os estudantes e o futuro da nossa educação em primeiro lugar.
Lembrando que no PLANO DE GOVERNO, apresentado pela atual gestão, sob o título EDUCAÇÃO – Compromisso com o nosso futuro, não consta a previsão de privatização da Educação, mas sim a VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO”.
