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Política Sexta-feira, 23 de Maio de 2025, 08:58 - A | A

Sexta-feira, 23 de Maio de 2025, 08h:58 - A | A

Atraso de obras e escândalos pressionam governador a desistir da disputa ao Senado

Adalberto Ferreira

Ainda que sem formalizar uma decisão, em determinados momentos o governador Mauro Mendes deixa transparecer a possibilidade de recuar do embate eleitoral em 2026. E ultimamente os sinais têm sido mais nítidos, principalmente depois da suspeita que o coloca na mira de investigações causadas por denúncias a respeito de um suposto pagamento indevido de R$ 308 milhões, na transação envolvendo a empresa Oi S.A.

O desgaste provocado pelas informações divulgada nos veículos de comunicação e avalanche de denúncias nas redes sociais, acerca das investigações a respeito de pagamento R$ 308 milhões à empresa Oi S.A., direcionado para um fundo financiador ligado a seu filho Luis Antônio Taveira Mendes, pressionam Mauro Mendes a admitir desistência em relação à disputa eleitoral para o Senado, e assim prosseguir ocupando papel de destacada liderança política na cena política estadual após o término do mandato de governador.

Os ruídos, em forma de matérias jornalísticas e notas publicadas nos veículos de comunicação, assim como informações de bastidores prestadas em off pelo círculo mais íntimo ligado a Mauro Mendes, sinalizam a tendência de um recuo do governador da disputa ao Senado.  

ESCÂNDALOS FAMILIARES  

Afora o recente escândalo da Oi, tornou-se público que seu filho Luis Antônio Taveira Mendes, é proprietário de uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH) no Pantanal mato-grossense, área de protegida, adquirida do bicheiro João Arcanjo. Luis Antônio também é sócio de duas empresas investigadas pela Polícia Federal (PF) na “Operação Hermes II”, por comércio ilegal de mercúrio usado para extração de ouro na Amazônia, que resultou na solicitação da PF pela sua prisão temporária, negado pela justiça.

Segundo o site Diário Digital Mato Grosso, a empresa Mavi Engenharia, administrada pela primeira-dama de Mato Grosso, Virgínia Mendes, foi acionada judicialmente para execução fiscal pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, por não pagamento de tributos, taxas federais e direitos trabalhistas. A ação foi protocolada em agosto de 2023 e na época a dívida somava R$ 5.035.987,09. Em março de 2023 Governo do Estado, entrou com cinco ações de execução fiscal contra a empresa Bimetal Indústria Metalúrgica, administrada por Virgínia Mendes, no valor de R$ 620 mil, sendo que anteriormente, em outubro de 2022, o juiz da 4ª Vara Federal de Cuiabá, Pedro Francisco da Silva, mandou bloquear os veículos de propriedade da empresa do filho Luís Antônio por dívida com a União que totaliza R$ 1,5 milhão.

Dessa forma, o governador Mauro Mendes carrega pesado fardo de desgastes em consequência de práticas condenáveis da família.  E seu recuo, na verdade, além de resultado de escândalos envolvendo familiares, que respingam em sua reputação, também é consequência dos percalços da gestão estadual para concluir obras estratégicas, apesar do marketing governamental se esforçar para gerar onda positiva em favor da imagem da administração.    

ATRASOS NA CONCLUSÃO DE OBRAS  

Por um lado, se as práticas familiares condenáveis e o recente escândalo provocado pelo episódio da Oi S.A., o coloca sob suspeição perante a opinião pública e no centro de investigações do Ministério Público, por outro, o iminente risco de atraso das obras dos hospitais regionais e riscos da não conclusão da instalação do BRT em Cuiabá e Várzea Grande, ao que tudo indica pesa na balança para a desistência.

De quatro obras do setor de saúde anunciadas pelo governo, apenas as do hospital central de Cuiabá e Alta Floresta devem ser concluídas, enquanto as unidades de Juína, Tangará da Serra e Confresa, respectivamente, com 47%, 41% e 42% das edificações terminadas, ao que tudo indica dificilmente devem ser inauguradas a tempo hábil para alavancar o projeto eleitoral de Mauro Mendes.

Em Mato Grosso foram formados consórcios regionais de saúde, sendo que Juína, polo do Vale do Juruena, concentra 6 municípios, com populações que somam 164.991 habitantes e 91.541 eleitores. O consórcio de saúde da região Médio Norte, onde se encontra sendo construído o hospital de Tangará da Serra, conta com 11 cidades, no conjunto habitadas por 269.888 habitantes e com 190.579 eleitores. A região abrangida pelo Consórcio Municipal Araguaia e Xingu congrega mais 7 municípios, habitados por 91 mil pessoas e 63.324 eleitores. A assistência à saúde nos municípios dessas regiões é precária, e a não conclusão dos hospitais regionais de Juína, Tangará da Serra e Confresa, consiste em frustrar a população relacionado à solução daquele que é considerado o principal problema: melhoria do atendimento à saúde, circunstância que fragiliza eleitoralmente o governo.

 

Obras do Hospital Regional de Confresa conta com 42%, menos da metade da obra concluída

Obras do Hospital Regional de Confresa conta com 42%, menos da metade da obra concluída

De outra parte, a provável não conclusão das obras do BRT (Bus Rapid Transit – Trânsito Rápido por Ônibus em português), implica em transtornos e desconforto, para o descontentamento de uma população de 1.189.000 de habitantes e 641mil eleitores, da Grande Cuiabá, ocorrência que, por si só, influência de modo capital para debilitar as pretensões eleitorais de Mauro Mendes. Acrescido do fato do eleitorado dos 24 municípios dos consórcios de saúde do Vale do Juruena e Médio Norte e Araguaia e Xingu, somado ao colégio eleitoral da Grande Cuiabá, totalizarem 1.014.120 (38,93%) dos 2.604.521 eleitores de Mato Grosso, fatos esses que certamente devem estar influenciando Mauro Mendes a repensar o projeto eleitoral ao Senado e a optar pela continuidade no cargo de governador até o final do mandato.

Prova cabal, consiste na publicação de matéria no site Rdnews, no Blog do Romilson Dourado, de que o governador está “propenso” a ficar no Palácio Paiaguás até o final do mandato, para inaugurar as obras inacabadas. Seria normal o governo rebater a publicação, uma vez que a informação veiculada estaria esvaziando sua candidatura ao Senado, mas não o fez..., fato a sinalizar que Mauro Mendes trabalha com a hipótese de desistir do projeto eleitoral de disputar o Senado.

 

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