Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) afirmam que as novas e repetidas ameaças de autoridades do governo Donald Trump estão sendo recebidas com "indiferença" pela Corte.
Um deles diz acreditar que, "aos poucos, a ficha deles vai caindo para perceber que essa chantagem não mudou, nem mudará, nada nas atitudes do tribunal".
Bolsonaro não apenas foi condenado como começará a cumprir a sua pena em regime fechado em pouco tempo, quando os embargos apresentados por sua defesa forem julgados.
Além disso, os ministros já se prepararam para a eventualidade de serem sancionados pela Lei Magnitsky, que visa sufocar financeiramente os atingidos. Conversaram com banqueiros, autoridades econômicas e especialistas e têm segurança de que podem seguir vivendo normalmente, mesmo sendo atingido por ela e apesar das dificuldades pontuais que podem eventualmente enfrentar.
A maior prova de que o STF seguirá sem recuos, dizem, foi a presença dos ministros Gilmar Mendes e Luis Roberto Barroso na sessão de julgamento de Bolsonaro. Embora não façam parte da Primeira Turma, que julgou o ex-presidente, eles fizeram questão de estar ao lado dos magistrados que participavam da análise da ação penal.
Depois da condenação de Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão, o chefe da diplomacia norte-americana, Marco Rúbio, afirmou em seu perfil no X que "os Estados Unidos responderão adequadamente a esta caça às bruxas". Donald Trump se disse surpreso com o resultado do julgamento, mas não respondeu se aplicaria ou não novas sanções aos ministros.
Já deputados democratas lançaram uma carta na noite de quinta (11/9), logo depois da condenação de Jair Bolsonaro pelo STF, afirmando que Trump abriu uma guerra comercial para "defender o seu colega líder da tentativa de golpe".
Eles pedem que Trump encerre "imediatamente seus esforços para minar a democracia brasileira", suspendendo "tarifas ilegais que afetam a economia americana".
Segundo eles, Trump atingiu também "as famílias americanas, que foram afetadas pelo que são, na prática, impostos".
"Os interesses econômicos e de segurança nacional dos EUA sofreram danos colaterais, uma vez que o Brasil exporta cada vez mais os seus produtos para a China em detrimento dos Estados Unidos", dizem.