O governo dos EUA incluiu Viviane Barce de Moraes, mulher do ministro Alexandre de Moraes, e o instituto que pertence à família do magistrado na lista se sancionados pela Lei Magnitsky.
As novas sanções anunciadas nesta segunda-feira (22/9) pelo governo de Donald Trump levaram o STF (Supremo Tribunal Federal) a ameaçar o cancelamento de um acordo com o Congresso para a aprovação de uma redução de penas dos condenados por envolvimento em atos golpistas.
Ministros do tribunal procuraram o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e avisaram ao deputado que as medidas prejudicam o avanço dessas negociações.
Após receber o alerta, o parlamentar procurou aliados para avaliar um possível adiamento da votação dessa proposta, inicialmente prevista para os próximos dias. O relator da proposta, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), firmou que a votação não deve ocorrer nesta semana. Antes otimista sobre votar o projeto nesta quarta-feira (24/9), após reuniões com os partidos, Paulinho adotou tom mais cauteloso depois das sanções.
"Tem o PT dizendo que não vota, tem o PL dizendo que não vota. Estamos falando de 200 e poucos votos, portanto acho muito difícil a gente conseguir um clima para votar nessa semana", disse Paulinho da Força. "Devemos trabalhar para conseguir a maioria. Só dá para votar quando a gente tiver certeza de que terá maioria para aprovar o projeto da dosimetria, que significa pacificar o país."
Um ministro do STF que conversou com Motta nesta segunda afirmou, de forma reservada, que toda a boa vontade que poderia haver no tribunal, especialmente com o núcleo central da trama golpista, "se esfumaçou" com as novas sanções. Isso não significa, porém, que os canais estejam totalmente obstruídos.
Além disso, ainda haveria espaço de negociação sobre penas aplicadas aos condenados pela participação nos ataques de 8 de janeiro de 2023, especificamente. Apesar dessa disponibilidade inicial para o diálogo, entre ministros seria majoritária a avaliação de que as sanções impostas à família de Moraes azedam a relação entre STF e Congresso.