Um recuo na bancada do PT no Senado tirou a maioria apertada a favor do aumento do número de deputados federais, o que anula a possibilidade de derrubada do veto do presidente Lula ao projeto, a menos que haja uma reviravolta em outros partidos.
Os senadores do PT foram decisivos para a aprovação das 18 novas vagas, passando o total de cadeiras da Câmara de 513 para 531, mas não pretendem se colocar contra uma decisão de seu maior líder político.
O Congresso aprovou em junho o aumento no número de deputados como forma de driblar a redistribuição das cadeiras proporcionalmente à população brasileira computada pelo Censo de 2022. A mudança faria sete estados ganharem vagas na Câmara e outros sete perderem.
O aumento serviria para contemplar os estados que têm direito a mais cadeiras sem tirar vagas de outros, reduzindo a chance de deputados atualmente com mandato não conseguirem se reeleger nas eleições do ano que vem.
A medida é rejeitada por 76% da população, de acordo com pesquisa Datafolha.
A proposta foi aprovada com alguma folga na Câmara, mas passou no Senado pelo placar mínimo para esse tipo de projeto. Teve 41 votos favoráveis de senadores e só chegou a esse número porque o presidente da Casa, David Alcolumbre (União Brasil-AP), trabalhou pela aprovação.
Lula, porém, vetou a medida, contrariando pedidos de sua articulação política, que temia retaliação por parte, principalmente, da Câmara dos Deputados.
O Congresso tem a prerrogativa de rejeitar o veto do presidente da República e fazer a proposta entrar em vigor. Mas para isso precisa de 257 votos na Câmara e 41 no Senado. Se esses números não forem atingidos em qualquer uma das Casas, o veto de Lula prevalece.