Levantamento do analista em monitoramento de redes sociais Pedro Barciela mostra que 78% das menções à crise expressam repúdio à taxação dos produtos brasileiros e à atuação da família Bolsonaro, especialmente à do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente, o parlamentar licenciado se mudou para os Estados Unidos em fevereiro em busca de sanções contra autoridades brasileiras para ajudar o pai, réu por golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF).
A estratégia usada buscou afastar da análise os nichos de páginas bolsonaristas ou governistas, que tendem a reunir apenas apoiadores.
Foto: reprodução do youtube

Bolsonaro bateu continência para a bandeira americana, demonstrando subserviência
Foram analisados mais de 35 mil comentários em perfis de portais da imprensa nas redes sociais, e apenas 12% das menções expressam apoio ao presidente americano.
“É possível afirmar que a perspectiva bolsonarista do episódio, que envolve a defesa de ‘punição coletiva’ como resposta à impunidade de um indivíduo (Jair Bolsonaro) não gerou a emoção esperada nas redes, muito pelo contrário”, analisou Barciela.
A análise agrupou as temáticas mais abordadas nos comentários e concluiu que 29% deles mencionam o princípio da reciprocidade, destacam a soberania nacional e o direito de o Brasil revidar a ameaça tarifária.
Outros 24% atribuem aos aliados de Bolsonaro a responsabilidade pela taxação, acusando a família do ex-presidente de “antipatriotismo”, e criticam também parlamentares do PL por apoiarem as resoluções americanas.
Ainda segundo a análise, 21% dos comentários usam ataques pessoais a Trump para criticar a medida do republicano, e termos como “patriotários” e “vira-latas” foram usados para falar sobre o posicionamento da direita brasileira a favor da taxação.
Foram 16% das menções destacando preocupação com os riscos econômicos das medidas, e 10% consideraram que o governo de Luiiz Inácio Lula da Silva (PT) demonstra força.
Enquanto políticos de direita foram para as redes endossar a decisão do presidente americano, culpando o ministro Alexandre de Moraes do Supremo, e o governo Lula, governistas acusam incoerência dos bolsonaristas “patriotas” em defenderem sanções econômicas contra o próprio País.