O número de trabalhadores por aplicativos - que inclui motoristas de Uber e 99, além de entregadores de iFood e outras plataformas – cresceu 170% em 10 anos e transformou estruturalmente o mercado de trabalho brasileiro, segundo o Relatório de Política Monetária do Banco Central.
“O número de trabalhadores por aplicativos tem apresentado crescimento robusto. Essa avanço foi impulsionado pelo surgimento de novas tecnologias e pelo baixo custo de entrada nesse tipo de atividade”, registra o Banco Central no relatório.
Segundo dados da PNAD Contínua, entre 2015 e o segundo trimestre de 2025, enquanto a população ocupada do país cresceu cerca de 10%, o número de trabalhadores por aplicativos – grupo formado por profissionais em plataformas digitais de transporte de passageiros e entrega em domicílio – aumentou de 770 mil para 2,1 milhões, portanto 170%.
O estudo do Banco Central realizou dois exercícios para avaliar se o avanço do trabalho por meio de plataformas digitais representa uma mudança estrutural no mercado de trabalho.
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Entrega em domicílios contribui para o crescimento de profissionais que prestam serviços à plataformas digitais
Os dois exercícios, considerados em conjunto, sugerem que o advento do trabalho por meio de plataformas digitais representa mudança estrutural no mercado de trabalho, que contribuiu para o maior ingresso de pessoas na força de trabalho e na ocupação, com efeitos positivos sobre os principais indicadores”, aponta o relatório.
A conclusão é que o crescimento extraordinário do número de trabalhadores por aplicativo resultou em elevação do nível de ocupação e da taxa de participação, além de uma redução da taxa de desocupação.
Os dados do Banco Central mostram que o Brasil chegou ao “pleno emprego” com a informalidade na mínima e alta na renda do trabalhador. Os dados do BC reforçam esse cenário com o detalhamento das atividades que ganharam força nos últimos anos.