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Política Terça-feira, 30 de Setembro de 2025, 08:18 - A | A

Terça-feira, 30 de Setembro de 2025, 08h:18 - A | A

Aposentadoria compulsória de magistrados é um ‘prêmio’, diz corregedor nacional de Justiça, Mauro Campbell

Ministro Mauro Campbell, corregedor nacional de Justiça, classifica como um ‘absurdo’ magistrados que praticam crimes usando a toga serem “premiados” com a aposentadoria remunerada para toda a vida

Da Redação

O ministro Mauro Luiz Campbell Marques, corregedor nacional de Justiça, defende a extinção da aposentadoria compulsória de juízes envolvidos em crimes que vão desde fraudes, corrupção e desvios até a venda de sentenças. “É um prêmio! O que seria uma punição passa a ser um prêmio essa aposentadoria remunerada”, avalia Campbell, de 63 anos, ministro do Superior Tribunal de Justiça.

O ministro destaca que existem ‘vários casos de juízes recém-ingressados na magistratura, juízes com dez anos, ou até menos de carreira’, que são aposentados pela via compulsória e deixam a toga com vencimentos proporcionais ao tempo de serviço.

O desligamento definitivo da carreira com remuneração para o resto da vida é previsto no artigo 42 da Lei 0rgânica da Magistratura Nacional (Loman) como a ‘sanção’ mais pesada imposta a juízes que saem do trilho da legalidade e da ética.

A Loman é um resquício dos anos de exceção. Criada em 1979 (Governo Figueiredo) ela se mantém incólume até hoje - a categoria é refratária a mudanças no texto, especialmente quando surgem propostas que ameaçam os dois meses de férias a que a toga tem direito.

UM PRÉMIO QUANDO ERAM PARA SER PUNIDOS

 

Desembargador José Zuquim Nogueira (à direita), presidente do TJMT, confirmou que o desembargador Sebastião Moraes Filho, afastado sob acusação da venda de sentença será aposentado

Desembargador José Zuquim Nogueira (à direita), presidente do TJMT, confirmou que o desembargador Sebastião Moraes Filho, afastado sob acusação da venda de sentença será aposentado

O que o indigna, e muito, é o fato de magistrados pilhados no peculato se manterem merecedores do ‘prêmio’ de passarem para a inatividade com subsídios elevados. “Não digo que eles são juízes, na verdade são hóspedes da magistratura, gente que se emprega na magistratura para auferir benefícios indevidos, para cometer crimes”, afirma Campbell.

“Imagine só na magistratura: o sujeito (juiz) comete um crime e é sancionado com a aposentadoria compulsória. Ou seja, em vez de se punir e reprimir a prática criminosa ele vai ganhar um prêmio, vai ser contemplado com a remuneração”, ressaltou.  “Nos moldes da sanção a aposentadoria concedida a eles é um benefício indevido. Passa a ser um prêmio. Quando era para ser punição vira um prêmio.”

Ele defende a cassação da remuneração ‘vitalícia’ concedida aos condenados por malfeitos sob o manto da toga e cobra enfaticamente órgãos públicos que detêm a atribuição e o dever de cassar o privilégio.

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