O vereador Tenente-Coronel Dias (Cidadania) afirmou à imprensa, nesta quinta-feira (09.10), que encaminhou à presidência da Câmara Municipal de Cuiabá pedido para que a discussão ocorrida na sessão de terça-feira (07) seja apurada “de forma rigorosa”, com envio do caso à Comissão de Ética e aplicação das punições previstas no regimento interno. A confusão envolveu o vereador Chico 2000 (PL) e quase terminou em confronto físico no plenário.
“Diante do que vocês viram ontem, o vereador proferiu palavras de baixo calão, incondizentes com a Casa e com a minha história. Fiz o encaminhamento à Presidência para que esse fato seja apurado de forma rigorosa, considerando as punições previstas para o caso”, declarou Dias.
O parlamentar disse que há diferentes tipificações possíveis no regimento, como uso de palavrões ou ameaças, e que caberá ao Conselho de Ética “encaixar, adequar ao que aconteceu a tipificação prevista”. “Foi lido hoje e será encaminhado, obviamente, à Comissão de Ética”, acrescentou.
Sobre a origem da discussão, Dias afirmou que pediu a palavra para falar sobre a junção de Secretarias proposta pela Prefeitura, mas não foi ouvido. “Eu fiz o pedido para falar, isso foi gravado, e o vereador não me permitiu falar. Não é somente um caso contra mim; é um desrespeito contra a mesa das mulheres”, afirmou, destacando episódios recorrentes de ofensas dirigidas a vereadoras.
O vereador também recorreu à própria experiência como policial militar, com 23 anos de serviço, para justificar a postura controlada. “Sou policial militar e jamais iria para briga. A polícia me dá condições de ter uma agressividade controlada para superar momentos como esse”, disse. Ele negou ter se sentido ameaçado fisicamente por Chico 2000, mas criticou as insinuações e o tom vexatório do episódio: “Ofensa dessa forma, direcionada a mim, eu não vou admitir.”
Dias afirmou ainda que já havia registrado outras atitudes inadequadas, e pediu à imprensa que identifique ataques contra mulheres no plenário. “Vários ataques nós temos aqui contra a mesa, contra a mulher, e vocês não podem se calar. Nossas mulheres voltam para casa com situações emocionais. Existe um limite”, declarou.
Por fim, o parlamentar reforçou que o objetivo do encaminhamento é estabelecer um limite para o debate político no plenário. “O que eu estou fazendo é estabelecer um limite até onde o vereador Chico 2000 pode ir, que é o do debate, da boa consciência, das propostas para Cuiabá. Ofensas pessoais e chamar para porrada não podem acontecer. Esta Casa precisa resgatar a credibilidade”, concluiu.