A avaliação é que, ao ir para a Segunda Turma e abrir a possibilidade de se aliar aos ministros Kassio Nunes Marques e André Mendonça, Fux forma um novo bloco de poder na Corte.
O magistrado sai do lugar de isolamento e também de voto vencido nos temas que tangem o ex-presidente e seus aliados, passando a ser peça-chave no grupo que integra os magistrados indicados por Bolsonaro ao STF — no caso, Mendonça e Nunes Marques.
A leitura é que, com a mudança de turma, Fux deve conseguir alterar o equilíbrio de forças no tribunal e fazer frente ao grupo majoritário que vota alinhado com o ministro Alexandre de Moraes, que tem imposto uma série de derrotas ao bolsonarismo.
Se julgamentos ligados ao ex-presidente caírem na Segunda Turma, a chance de Bolsonaro sair vitorioso é grande, já que ele passa a contar com o apoio de ao menos três dos cinco integrantes do colegiado. Entre magistrados, porém, a avaliação é que o grupo alinhado a Moraes ainda é maior e que temas sensíveis podem ser levados para o plenário da Corte, onde a chance de vitória do ex-presidente volta a ser reduzida.
Nesta quarta-feira (22), o presidente do STF, Edson Fachin, autorizou a transferência de Fux para a Segunda Turma da Corte. A mudança ocorre após o pedido formalizado por Fux, que manifestou interesse em ocupar a vaga deixada pela aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso.
A Segunda Turma, que estava desfalcada desde a saída de Barroso, volta a ter cinco integrantes: Gilmar Mendes, Nunes Marques, Dias Toffoli, André Mendonça e Luiz Fux. Já a Primeira Turma, responsável pelos julgamentos relacionados à tentativa de golpe, ficará com uma cadeira vaga até que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva indique um novo nome para o STF.


