Um piloto que transportava regularmente a dupla Mohamad Mourad como um dos clientes mais frequentes da empresa de táxi aéreo para a qual a trabalhava, assim como Roberto Augusto Leme da Silva, o “Beto Louco”, que lideravam um mega-esquema de lavagem de dinheiro que atendia ao PCC, afirmou em depoimento à Polícia Federal que o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, está entre os verdadeiros donos de quatro dos dez jatos executivos operados por uma empresa de táxi aéreo.
Em entrevista exclusiva ao ICL Notícias, Mauro Caputti Mattosinho, 38 anos, disse que Rueda era citado por seu chefe como o líder de um grupo que “tinha muito dinheiro que precisava gastar” na compra de aeronaves, avaliadas em dezenas de milhões de dólares.
“Havia um clima de ‘boom’ de crescimento na empresa. E isso foi justificado como sendo um grupo muito forte, encabeçado pelo Rueda, que vinha com muito dinheiro que precisava gastar. Então, a aquisição de várias aeronaves foi financiada”, diz Mattosinho na entrevista gravada em vídeo.
O presidente do União Brasil diz que “já voou em aeronaves particulares em voos fretados por ele ou como convidado”, mas que “nunca participou da compra das aeronaves”. E que costuma realizar seus deslocamentos “em voos comerciais”.
Rueda colocou os sigilos bancário e fiscal à disposição da Procuradoria-Geral da República (PGR) e apresentou comprovantes de pagamentos pelos voos que fez na empresa de táxi aéreo investigada por suposta ligação com o PCC, segundo Daniela Lima, do UOL.
Além da audiência com o PGR, Rueda também solicitou uma conversa com o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos.
Em nota, o União Brasil afirmou que, “por meio de sua Executiva Nacional e de suas Lideranças na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, manifesta irrestrita solidariedade ao Presidente Antônio Rueda, diante de notícias infundadas, prematuras e superficiais que tentam atingir a honra e a imagem do nosso principal dirigente”.