Em 2024 e 2025, operações como “Sisamnes” e “Replantio”, conduzidas pela Polícia Federal, trouxeram à tona o uso criminosos das recuperações judiciais por grupos do agronegócio.
Os investigadores identificaram fraudes bilionárias, que incluíam compra de decisões judiciais, inserção de créditos fictícios e lavagem de dinheiro com uso de empresas fantasmas. Em alguns casos, advogados e administradores judiciais foram acusados de receber propinas para manipular processos em favor dos devedores.
Esses esquemas afetam diretamente bancos públicos e privados, fundos de investimento e fornecedores agrícolas, que ficam sem receber e acabam absorvendo prejuízos milionários.
AS CONSEQUÊNCIAS PARA O SETOR
As fraudes em recuperações judiciais no agro não apenas prejudicam o sistema financeiro – elas contaminam a credibilidade do agronegócio brasileiro. Empresas sérias passam a enfrentar critérios mais rígidos de crédito, altos spreads bancários e maior burocracia para financiamento de safras.
Além disso, a confiança dos investidores internacionais é abalada quando o país aparece nas manchetes com esquemas que envolvem lavagem de dinheiro e corrupção judicial. “O agronegócio brasileiro é pujante, mas a má fé de alguns grupos ameaça a reputação de um setor que é vital para a economia nacional”, afirmou um auditor da Receita Federal envolvido na análise dos casos.


