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Política Quinta-feira, 04 de Setembro de 2025, 04:21 - A | A

Quinta-feira, 04 de Setembro de 2025, 04h:21 - A | A

A maioria dos adoçantes está associada a redução da memória até 62% mais rápido, mostra estudo inédito da USP

Nas pessoas que consumiam as maiores quantidades, o declínio chegou ao equivalente a 1,6 anos de envelhecimento

Da Redação

O estudo mais recente, publicado nesta quarta-feira (3/9) na revista científica Neurology, indica que alguns adoçantes estão associados a um declínio cognitivo mais rápido.

Declínio cognitivo é a redução das funções mentais como memória, atenção e raciocínio, que pode ser parte do envelhecimento normal ou um sinal de alerta para doenças como Alzheimer. Ele se manifesta através de dificuldades em lembrar, resolver problemas e executar tarefas diárias, e pode variar entre um declínio subjetivo (queixas sem alterações em testes) e o Comprometimento Cognitivo Leve (CCL), uma fase de transição para a demência.

“Adoçantes de baixa ou nenhuma caloria são frequentemente vistos como uma alternativa saudável ao açúcar, no entanto, nossas descobertas sugerem que quem consome muito adoçante pode estar piorando sua cognição” diz a autora sênior do estudo, a médica Claudia Kimie Suemoto, professora de geriatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

No trabalho, pesquisadores da USP analisaram dados de 12.772 adultos de todo o Brasil, participantes do estudo Elsa Brasil (Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto), que acompanha os mesmos indivíduos ao longo do tempo, avaliando-os periodicamente, para verificar mudanças em variáveis específicas. A idade média foi de 52 anos e os participantes foram acompanhados por uma média de oito anos.

Após o ajuste para fatores como idade, sexo, pressão alta e doenças cardiovasculares, os resultados mostraram que pessoas que consumiram as maiores quantidades diárias de adoçante apresentaram um declínio 62% mais rápido, em comparação com aquelas que consumiram as menores quantidades. Isso equivale a cerca de 1,6 ano de envelhecimento.

Quando os pesquisadores dividiram os resultados por idade, descobriram que pessoas com menos de 60 anos que consumiram as maiores quantidades de adoçantes apresentaram declínios mais rápidos na fluência verbal e na cognição geral, em comparação com aquelas que consumiram as menores quantidades.

 “Embora o estudo tenha mostrado uma associação entre o uso de alguns adoçantes é importante ressalta que não existe uma evidência conclusiva de causa e efeito. Mas se você tem um sinal de que o consumo de adoçantes provavelmente não faz bem para câncer, para a saúde cardiovascular e para a saúde cerebral, acho que as pessoas têm que ficar cada vez mais estimuladas a não adoçarem”, pontua a pesquisadora, que reduziu seu próprio consumo após este estudo.

 “Se isso for realmente confirmado em mais de um estudo, já é o suficiente não só mudar o hábito individual de cada um, mas também a gente começar a pensar em políticas públicas, como a inclusão de alertas nas embalagens”, avalia Suemoto.

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