Demissionário, Sabino decidiu sair do Turismo devido a atritos entre seu partido e Lula; aliados querem manter nome do Pará na pasta, de olho na COP30.
O ministro do Turismo, Celso Sabino, comunicou a aliados que decidiu permanecer no governo Luiz Inácio Lula da Silva mesmo em meio ao processo de expulsão aberto contra ele pelo União Brasil. Segundo interlocutores, o anúncio oficial deve ser feito ao presidente Lula nesta semana, quando Sabino reforçará a escolha de seguir no cargo.
Desde 18 de setembro a Executiva nacional do União Brasil determinou que todos os filiados deixassem os postos na Esplanada em até 24 horas. O ministro chegou a entregar uma carta de renúncia, mas atendeu a um pedido de Lula para permanecer durante a agenda da COP30 em Belém. A demora levou a direção do União a abrir um processo disciplinar.
O deputado Fábio Schiochet (SC), relator do caso, informou que o parecer será apresentado na quarta-feira.
A leitura entre dirigentes é de que Sabino busca ganhar tempo de olho nas eleições de 2026. Pré-candidato ao Senado, ele avalia que a COP30 e o Círio de Nazaré, maior evento religioso do Pará, são vitrines importantes para sua projeção.
Em público, Sabino tem buscado reforçar sua aproximação com Lula. Em discurso ao lado do presidente na quinta-feira, em Belém, adotou tom de agradecimento:
“Presidente Lula, o que nós fizemos juntos no Turismo nunca será esquecido. Nada, nenhum partido político, nenhum cargo e nenhuma ambição pessoal vai me afastar desse povo que eu amo e do Estado do Pará. Conte comigo, onde quer que eu esteja, para lhe apoiar, para segurar a sua mão”.
As declarações foram lidas no União como sinal de alinhamento com o Planalto, em contraste com a resolução que determinou o desembarque imediato do governo.