O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, defende publicamente uma anistia que beneficie Jair Bolsonaro, mas, reservadamente, admite a aliados que vê muitas dificuldades para a proposta avançar.
Depois de visitar o capitão reformado no início da semana, o governador de São Paulo coloca a anistia como um meio de “pacificar o país”. Em reservado, porém, avalia que o que pode ser feito agora é “mitigar ao máximo” a situação de Bolsonaro, tentando, por exemplo, evitar que ele cumpra pena em um presídio comum.
Para pessoas próximas, o governador considera que o que resta é uma “solução política”, via Congresso Nacional, com o objetivo de debater o tamanho das penas e reduzir o tempo de prisão do ex-presidente, condenado a 27 anos em regime fechado.
Tarcísio sabe, porém, que admitir para o público qualquer saída que não seja a anistia ampla e irrestrita seria um tiro no pé, até porque o próprio Jair Bolsonaro ainda acredita que essa medida pode prosperar, apesar de todos os sinais de que isso não deve acontecer.
O governador, no entanto, sinaliza que não pretende se envolver em novas articulações sobre o tema. Tarcísio chegou a se reunir com lideranças políticas em Brasília e São Paulo, mas tem dito que agora a bola precisa ser tocada pelo Congresso.
O projeto da dosimetria, que tem o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) como relator, também enfrenta resistência. Enquanto o PL de Jair Bolsonaro defende uma anistia ampla, o PT resiste em votar qualquer iniciativa.
Por: Bela Mengale – Jornal o Globo